Mostrando postagens com marcador traduções. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador traduções. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Hyakki Kenran -Traduções

Oi, pessoal!
Quanto tempo, hein?

Já há alguns meses, o Law me enviou a tradução de todas as músicas do Hyakki Kenran. Como o arquivo está em Word, fiz o upload no Mediafire e vocês podem baixar clicando aqui.

Vocês devem ter percebido que estamos postando bem menos, mas acho que não preciso explicar o motivo. :(
Acompanhem a gente no Facebook, que fica mais fácil da gente postar notícias mais curtinhas.

Beijos e dia 07/12 está chegando. Níver e CD novo do Isshi. :)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Kagrra,'s demise interview

Olá, pessoas!
Eu pretendia postar isso só amanhã, mas não consegui segurar a ansiedade. Essa entrevista é a que fala do término da banda, que foi disponibilizada apenas para o Global FC.
Por motivos de segurança, não vou citar o nome da pessoa que disponibilizou a entrevista, mas não posso deixar de agradecer o Law pelo contato.

Fiquei muito feliz por ter acesso a essa entrevista porque achei MUITO injusto ela ser disponibilizada apenas para o FC, porque não faz sentido você pagar para participar de um fã clube apenas por causa de uma banda, sendo que esta logo vai acabar, somente para ler uma entrevista. Por tanto, mesmo sendo meio arriscado, eu traduzi a entrevista e vou postá-lá aqui junto com as imagens nela contidas.

Foi muito difícil traduzir essa entrevista. Não preciso nem dizer o motivo, né? Teve mesmo o gostinho de despedida.

Leiam depois do pulo!

Nota: A entrevista foi traduzida por mim, Ikkun. Não sou fluente em inglês, mas dei o meu melhor para poder disponibilizá-la para as pessoas que não falam inglês ou não entendem muito bem. Qualquer errinho, deem um refresco. Traduzi com muito carinho pra vocês. :3

Essa entrevista é exclusiva do Kami Uta. Por motivos de segurança (vocês não querem que a dona PSC fiquem sabendo que essa entrevista tá rolando por aí, né?), não repostem em lugar algum! No máximo, as imagens, com os devidos créditos.

Obrigada e espero que gostem (e se emocionem ;; snif~).

domingo, 11 de outubro de 2009

Uma Semana de Espíritos Malignos; Capítulo 3 - "Quarta feira"

Olá pra todos!

Andei meio sumidinha né?(BelchiorFeelings) (^^’)>

Pois é, mas o melhor de tudo é que apareci!! (*-*)/ weee! E isso significa mais história do Isshi, creditada à oni_life e trazida até vocês por mim! (*-*~) weee²!!

Só relembrando, essas histórias foram redigidas pelo próprio Isshi <3 e estive traduzindo um encadeamento delas – Uma semana de acontecimentos desafortunados sofridos pelo personagem principal - Hitoshi. Procurem na tag “traduções” para relembrarem melhor os anteriores se quiserem tá? ^^ Bjus!

domingo, 26 de julho de 2009

Isshi's novels - Uma semana de espíritos malignos – Terça-Feira

Oláa! Só antes de começar, eu preciso dizer que, a tradutora quis substituir “Isshi” por “Hitoshi” apenas para soar mais como um estudante ginasial e menos como uma diva ;D créditos à oni_life.
Espero que gostem deste evento de Terça-feira !
Leia Mais...

Que trágico... que doloroso... "Não adianta chorar sobre o leite derramado". Se eu penso sobre os últimos dias, possivelmente este é o provérbio que me vem à mente. No dia seguinte eu carreguei comigo terríveis pensamentos de arrependimento, tendo sido suspenso de comparecer à escola. Mas ainda assim, eu, que fora imaturo e causara essas situações por conta própria, deveria certamente ser amaldiçoado. As pessoas à volta, e em particular o irmão mais velho do primo que eu mencionei antes, tinham ressentimentos de mim.

"Meu irmão é tão insignificante, se exibindo desse jeito!!" ele falou com raiva. Eu achei que a sua expressão azeda falhava... Relutantemente, nesse ponto, eu continuei a pisotear os cadáveres de sapo como sempre fazia nas minhas caminhadas através da área da escola. Quando eu alcancei a escola, eu fiquei com mais raiva por nenhum motivo aparente, apenas foi uma emoção que eu senti subir minha garganta acima.

"Ahh... Quando eu chegar à escola os caras da minha sala vão estar todos falando sobre os acontecimentos de ontem... Mas mesmo que falem, eles são apenas crianças... Quando eu fiz surgir a labareda de fogo repentinamente, nessa hora eles não estavam com raiva, estavam? Agora eu estou sendo odiado pelo mesmo grupo, mas quando eu vejo os rostos deles... Eu realmente não sei o que fazer..."

No meu quinto ano de escola, eu carreguei pesadas preocupações. Com os dois pés pisoteando a rua abaixo, dentro do mesmo ar amortecido e úmido com solo lamacento, eu sustentei aquele sentimento. Estas duas emoções eu descobri serem demais pra mim, quando por fim eu cheguei à minha escola depois de uma longa e cansativa caminhada.

Entrando na sala, como eu temia que acontecesse, eles estavam à minha espera. As pessoas diziam:

"Você está bravo?", "Huh, você está com raiva?", "E então, e então?"

Todo mundo veio me bombardeando com perguntas desnecessárias.

"Era enorme, não era?", "Anime-se!", "Ei, você tá bravo?".

De alguma forma, minhas preocupações imediatas foram esquecidas, quando as pessoas não conseguiram esconder os seus olhares inquisitivos.

"Mostre pra mim!", "Eu quero tentar também!".

Hahaha... Com o isqueiro de 100 ienes numa mão, eu pus o dedo protegido de ontem dentro da chama, para as risadas frívolas e vazias...

Eu só podia fazer isso com um sorriso forçado, mas na minha alma eu dizia:

"Whoa, whoa, vocês são tolos? Parem de me pedir pra que eu deixe vocês tentarem, o isqueiro não é para crianças ficarem carregando. Então, não fiquem chateados, eu sou o alvo aqui, e vocês sabem que, se mais tarde formos descobertos, serão repreendidos. E mesmo eu provavelmente não saberei o que dizer".

"Só porque Hitoshi pode realmente fazer... Todos querem imitá-lo. Perfeitamente."
Eu não consegui transpôr em palavras o olhar do rosto do professor na nossa sala de chamada, quando eles se voltaram na minha direção.

Enquanto as pessoas à minha volta mostravam sorrisinhos, meus próprios olhos permaneciam fitando a entrada da sala de aula.

"Quando aquela menina aparecer, eu terei que me desculpar..."

Pensando nessas palavras, o sino matinal tocou exatamente antes de eu avistá-la. Eu caminhei depressa até ela enquanto ela chegava à sua carteira.

"Eu sinto muito por ontem, ok?... Está tudo bem com você?"

Ela me ouviu e disse:

"Sim. Eu estou bem. Não se preocupe com isso, ok?", foi o que ela disse.
Foi algo miraculoso, apenas dessa forma, suas palavras me libertaram das correntes de chumbo a que eu estava preso.

Um vez que eu me sentia aliviado, o incidente de ontem passou a ser apenas um pensamento do passado, mas a libertação novamente daquele estado de humor abria as portas de um inferno. Naquele momento, nem mesmo em sonhos eu poderia imaginar que aquilo pudesse acontecer.

O quarto horário era um intervalo, e por volta da hora em que eu acabara de almoçar, eu já havia ganhado energia. Junto com todo mundo, nós atravessamos até o ginásio recém construído. Era bastante largo, mas sem as cestas de basquete instaladas, na chuva, o pátio da escola não era muito utilizável, exceto para o baseball, hoje e naquela época. Como era de se esperar, rebater uma bola de tênis comum era um pouco arriscado; quando estávamos num ambiente interno, uma bola como essa era substituída por uma bola inflável que pudéssemos usar. Mas o bastão que usávamos era de metal.

As regras eram bem rígidas, apesar de a quadra não possuir um limite marcado para o home run. Então, quando a bola batia na parede dos fundos, as pessoas prestariam atenção na bola com cuidado. E se as pessoas pegassem a bola, então o home run passava a ser um fora automático. Na nossa simplicidade de criança nós decidimos essas regras. Naquele dia pareceu que eu sempre fora o apanhador da terceira base, e até o início do quinto período, eu passei o tempo todo pensando. Quando chegou a hora da troca do segundo rebatedor, algo certamente fez ele acordar.

Estávamos naquele local havia pouco mais de cinco minutos antes do intervalo para o almoço, quando naquele momento eu me preocupava em não acertar ninguém - era a minha vez de girar o bastão. As pessoas à minha volta eram unânimes:

"Aqui, essa é a última não é?! Contamos com você, Hitoshi! Pra que os corredores voltem pras suas casas!". Eles torciam, me fazendo ganhar confiança. A partir do momento em que o sino começou a tocar até onde ele parou, nós caminhávamos para a vitória. Agora era apenas um ponto trivial, mas se os corredores da terceira base e da segunda base pudessem ser mandados embora, meu time venceria. Apoiando-me, eu pus o pé na placa e o arremessador me fez dois lançamentos.

"Como estamos contando com você, um strike nos derrotará, você sabe disso! E já não está começando a aula?", eles diziam.

Aquele rapaz mostrou um sorriso rude. "Ok, esta será a bola enfeitiçada!"
Abola se agitava freneticamente entre as suas luvas.

"Melhor fazer isso rápido!"

Enquanto ele dizia isso, eu me preparava. O arremessador agitou o seu braço e atirou uma bola terrivelmente rápida.

"É uma bola incrível!"

Desconsiderando aqueles strikes, quando a bola atingiu a metade do seu caminho eu girei com todas as forças do meu corpo, dando tudo de mim.

"Unngh! Que sensação..." Eu pensei, ao mesmo tempo em que escutei o som de vidro se espatifando. A bola havia atravessado o vidro da janela da galeria do segundo andar. Dentro da minha cabeça sustinha-se um sentimento incômodo de dubitação. Ao olhar para todos à minha volta, eles todos sentiam-se da mesma forma. Abobalhados, estáticos.

"Como? Como isso aconteceu com uma bola de borracha?"

O tempo parou completamente como ar estático, e apenas um rapaz mexia a cabeça com vergonha, como se choramingasse. Tinha sido o arremessador. Eu vi o seu rosto. Foi algo inacreditável o que aconteceu, ele havia trocado a bola de borracha por uma bola de tênis que estava escondida no seu bolso. Aquele havia sido um sério rebatimento. E por acaso, era eu o que havia girado o bastão, portanto a cena desastrosa do vidro quebrado do ginásio era toda por minha causa.

"É... sem chance... uma coisa assim..."

As pessoas à minha volta finalmente entenderam a situação, coisas que tem que acontecer, acontecerão. Deixando-me pra trás, eu que havia girado o bastão, eles rapidamente se retiravam sem questionar. Além do mais, eles me jogaram para o verdadeiro ápice do desespero. Mesmo aquele arremessador, que supostamente começara esse incidente, de forma ágil bateu em retirada.

Mais tarde, eu ouvi o diretor vindo até mim. Ele me trouxe até a sala dos funcionários e chamou o meu professor da sala de chamada. E para a minha perplexidade, eu estava sendo mandado de volta para a sala de aula. Então, eu teria que permanecer longamente após o fim da aula sozinho, solitário, até a hora de ir para casa.

Isshi's novels - Uma semana de espíritos malignos – Segunda-Feira

Olá a todos!!
Vim dar continuidade às histórias do Isshi. Todos sabem que ele faz contos e para marcar o retorno, eu resolvi escolher os mais misteriosos e menos depressivos. “Uma semana de espíritos malignos” conta a história de uma semana de acontecimentos mágicos, espíritos e inexplicáveis poderes vindos do além. Como cada capítulo segue com o nome de um dia da semana, eu resolvi colocar de dois em dois durante a semana e começando por hoje. Quarta-feira teremos mais e assim será até o final da semana.
Agradeço muito à oni_life que permitiu que esta tradução pudesse ser feita!
Leia Mais...

Eu nunca esquecerei as coisas que aconteceram naquele tempo onde eu estava ainda no meu quinto ano da escola. Aquilo começava na estação chuvosa. Mesmo nos melhores tempos eu andava até à escola, que ficava a uma hora ao longo dos caminhos da zona rural, envolvido em uma sensação suspeita indescritível. Acho que é difícil imaginar, mas de um certo modo, naquele tempo a imagem da minha área escolar mudava-se completamente para uma imagem infernal, porque na pequena estrada molhada pela chuva que eu seguia, haviam inúmeras rãs e cobras¹ por todas as partes.

Eu não queria ver aquilo tudo. Enfrentava indo sempre em frente enquanto andava, embora de vez em quando eu ouvisse 'SPLAT' como tiros². Se eu olhasse para baixo, eu veria tripas de rãs lançadas nos meus pés, se contorcendo ao meu redor. Sinto que chamar isto de inferno é uma expressão razoável... E isto não era tudo. Eu tinha que andar com muita prudência naquelas vezes.

No pé do portão da escola, alguns "cinqüenta monstros" se materializavam, e muito mais rápido do que o habitual, passavam ao meu lado. Esses "cinqüenta monstros" como chamo, passavam no estacionamento da escola vizinha às 7:50 para o ônibus. Eu era um estudante sem um relógio. Fiquei atrasado do lado de fora até que o sino soasse como um alarme. Eu fui aquele tipo de cara cujo horário naturalmente não era o de estar a tempo para a conclusão do período de chamada. Ao chegar em vez de aderir à conversas amistosas, a voz zangada do meu professor começou me dando uma leitura.

Não houve nunca nenhuma boa memória na chuva. Mas durante aquela aula, da janela da classe pude ver uma cama de hidrângeas e o meu humor melancólico inverteu-se. As flores que ficavam cada vez mais molhadas na chuva, se tornaram vívidas.

Os jogos esportivos e a arte não estiveram entre as minhas lições naquela Segunda-feira. Depois da primeira hora continuei com aritmética, ciência, e estudos sociais até a sexta hora à tarde, cheio de trabalhos pra classe por fazer. Em todas as partes da primeira aula, nada de interessante aconteceu. O intervalo entre Sábado e Domingo, dias de descanso, junto com a Segunda-feira, sentia serem os piores, os meus mais profundamente odiados dias da semana.

Um incidente aconteceu durante a segunda hora daquela Segunda-feira, na classe de ciência.

Ele não esteve na nossa aula de ciência, mas no corredor do novo prédio escolar, onde ouvi o guincho junto com passos de movimentos desiguais em direção ao laboratório de ciência, cercando todas as carteiras. Ao lado delas, havia algo como uma bacia. Os utensílios usados para experimentos eram arranjados conforme fossem lavados, mas como eu odiava aquela espécie de trabalho, sempre o deixava ao cargo de alguém.

O experimento daquele dia envolveu o uso de uma lâmpada de álcool. Eu estava com os caras por perto repetidamente recusando o uso dos utensílios para acender o fogo. Lavamos dos cotovelos às palmas das mãos, esfregando umas nas outras, e completamente imersos, assistimos à aula atentamente.

Eu, que pareci ter tempo de sobra em excesso, comecei a instigar.

"Qual lembra a mim, você pode fazer isso?"

Antes disso, na minha vizinhança, o irmão mais velho do meu primo era um estudante sênior quando eu fui em uma viagem.

"Hey, eu disse que qualquer um podia, você sabe" falei na minha sala com a janela aberta. Acendemos os nossos cigarros, e eles chamejaram. Naquela hora ele disse,
"Deixe-me mostrar-lhe algo incrível. Olhe!"

Ele acendeu o isqueiro de 100 ienes que segurava na sua mão direita e pôs o dedo indicador da mão esquerda dentro e depois fora do fogo, sem que queimasse!!
"Ohhh!"

Fiquei extremamente surpreso! Tanto quanto o tamanho do mundo quando vi aquilo.
"Agora você tenta!"

Peguei aquele acendedor do irmão mais velho que fez aquilo, e passei muitas vezes o meu próprio dedo por cima do fogo.

"Não é quente!"

Passando apenas um instante na chama, não se é realmente capaz de sentir tanto, então fiquei profundamente movido por esse sentimento e acendi o fogo repetidas vezes.

Na sala, reuni todo mundo para darem atenção à mesma coisa estranha.

"Somente você sente isto!"

Disseram, e durante um instante empurraram o meu dedo na chama da lâmpada de álcool.

"Ohhh!"

Tendo a reação que eu tinha esperado, fiquei com um bom humor. Pela primeira vez, o fogo explodiu da lâmpada. Lá se foi o meu plano...

"Grr ...."

Recolhi o meu dedo que tocava o fogo da lâmpada de álcool e a ela própria.

Momentaneamente sobre a carteira, houve um mar de chamas...

Próximo a nós, todos afundaram-se em gritos. Naturalmente, não tendo visto a enorme coluna inflamada, fomos todos amaldiçoados. Mas essas coisas que aconteceram não foram apenas um sonho ruim. Ao lado do meu vizinho havia uma jovem agachada com a malha que ela vestia pegando fogo.

"Mas estou vestindo um suéter!"

O professor pensou rapidamente, agarrou o extintor de incêndio e veio apressadamente para apagar todas as chamas.

Rememorando isto, minha mãe gritou comigo e repreendeu-me depois da escola. E quando voltei para casa, o meu pai que parecia um demônio, esperava com uma espada de madeira em uma mão. Devia chorar sozinho e pedir desculpas à menina cujo suéter fora queimado por minha tendência à rebeldia, mas em verdade, este incidente foi só o começo de "uma semana de espíritos malignos"...

Notas
1 – sapos e cobras são símbolos de boa sorte e má sorte respectivamente. E como os sapos fazem mais barulho como ‘slap’ então as cobras provavelmente confiram um maior significado por não estarem sendo dizimadas
2 – Apenas uma metáfora. Isshi utilizou aqui um kanji que é normalmente usado para armas em oposição aos sapos estarem sendo esmagados.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Isshi's novels – 1º de Abril (Parte 2/2)

-----------
Continuação
-----------

Outro ano passou sem qualquer notícia de Orie. O ambiente ao meu redor era o mesmo de sempre, os meus dias foram comuns mas quando as árvores de cerejeira começaram a florir, encontrei-me esperando em meu coração por uma nova ligação dela.
‘Deveria acontecer hoje...’, disse a mim marcando o dia 31 no calendário, quando o celular tocou com o nome de Aihara Orie brilhando no display.
Leia Mais...

‘Sou eu. Você pode falar?’, disse Orie do mesmo jeito que eu tinha ouvido antes.

‘Eu já sei. É amanhã, certo?’

Com a minha antecipação, Orie replicou: “Isso mesmo! Você lembrou bem. Isso é ótimo!” exatamente como uma criança teria dito.

‘Bem, depois de tudo esse é um evento que acontece uma vez por ano. Agora, realmente, é porque você pensa que é conveniente para mim? Se você quer que nós nos encontremos, você também pode vir aqui, você sabe.’ À minha observação cínica, ela respondeu: ‘não, eu não poderia, no fim de tudo é o meu aniversário, certo? Oh, falando nisso, nunca recebi um presente de aniversário de você. Por isso, trocaremos presentes. Vamos fazer com que sejam presentes pequenos e baratos, okay? Por isso, pare de queixar-se e venha aqui. Okay?’

Com isto ela tocou em um ponto doloroso, portanto eu disse somente: ‘okay, okay. Entendi. Estou a caminho. Depois de tudo, eu pensava somente em visitar a minha cidade natal depois de um longo tempo, mas mais importante do que isto, você terá tempo amanhã? Por que no ano passado eu fui lá e fiquei apenas por aproximadamente duas horas; mas amanhã está tudo bem, não é?’

À minha pergunta, Orie disse: “Me desculpe... Amanhã não terei muito tempo de novo… Mas, por favor venha. Para nos vermos e conversar. Ok?

Quando ouvi isto, uma raiva cresceu em mim repentinamente: ‘O que significa isso? Não sou o seu empregado, você sabe! Você sempre está fazendo coisas do seu jeito, até com o telefone. Cada vez que chamo, ele cai na secretária eletrônica e você só liga quando é conveniente para você! Agora, realmente, me dê um tempo! Por que eu não vou! Entendeu?’ Com isto, todos os pensamentos que se tinham acumulado em mim no começo vieram à superfície. Durante algum tempo houve silêncio, mas então: ‘você está certo... eu realmente sinto muito... ’ Isto foi tudo o que ela disse e então simplesmente desligou, como de hábito; mas eu ainda estava tão agitado que atirei o porta-retrato na parede e até lancei o calendário no lixo, depois ficando apenas sobre a cama fora de controle.

No dia seguinte não fui à minha cidade natal. Como não houve nenhuma outra chamada de Orie, não liguei para ela também. ‘Talvez eu tenha falado demais... ’ Este pensamento atravessou a minha cabeça mas, pensando mais racionalmente, não estávamos juntos e, revendo as memórias de velhos tempos, não havia nenhuma maneira de podermos começar mais uma vez do zero. ‘Tomando esta oportunidade, talvez deva modificar o meu número de telefone... ’, portanto fui à loja de telefones celulares da vizinhança e pedi um novo número.

Naturalmente não pude mais ser contatado por Orie e, com intenção de conhecer pessoas novas, passei a fazer parte de festas em grupo indo ao karaokê. Em um havia uma canção sobre flores de cerejeira e, sem compreender, lembrei-me de Orie e não consegui mais me divertir. Terminei por ser considerado "melancólico"; quando me dei conta, estava sozinho.

Mesmo mudando o número do meu celular, fiquei desconcertado em eu mesmo não ter mudado em absoluto; sombrio como era, vivi dias sombrios. Depois de pouco tempo, me formei na universidade, mas como não havia qualquer companhia que quisesse contratar um tipo tão sombrio como eu, terminei por voltar à minha cidade natal para procurar um emprego nas pequenas empresas locais.

O dia em que eu mudei, enquanto fitava a sala cheia de caixas, embora sempre sentisse que fosse demasiado pequeno, pareceu agora imensamente largo. Por causa da fumaça de cigarro, a cor do teto foi alterada aqui e lá. “Será que terei dinheiro o suficiente para reparar isto?” Pensei e, enquanto eu verificava, encontrei uma pequena mossa na parede. Depois de pensar nisso durante algum tempo, lembrei-me de repente. ‘É mesmo... é daquele tempo...’

Aquilo foi o arranhão da noite quando Orie tinha ligado pra mim, quando, guiado pela raiva, lancei o porta-retrato na parede. Naquele momento, quando as memórias que pensei que tinha esquecido completamente foram devolvidas à vida, o telefone celular que estava em cima da cartolina começou a tocar. Busquei-o simplesmente. “Olá?” E do outro lado ouvi uma voz que dizia: ‘sou eu, você pode falar?’

Entendendo em apenas um instante de quem era a voz, eu perguntei “Como você descobriu este número?”

‘Ah, isso não importa. Veremos um ao outro amanhã? Quero vê-lo uma última vez. Tudo bem?’ disse no seu tom habitual. Comecei a olhar em torno da sala procurando pelo calendário, mas quando lembrei que estava já no fundo de uma das caixas, somente perguntei: ‘pode ser hoje...?’

“Está certo. Hoje é 31 de março e amanhã é primeiro de abril. Meu aniversário!”

Eu não compreendi o que estava acontecendo e apenas aceitei sem dizer uma só palavra.

‘Esta realmente será a última vez. Como não seremos capazes de nos ver novamente, quero vê-lo pela uma última vez. Este será o último presente de aniversário para mim. Okay?’ enquanto ela dizia isto, a sua imagem flutuava à minha frente em contornos vagos, com as suas mãos unidas, olhando-me atentamente com olhos virados para cima.

“Nós não seremos capazes de nos ver novamente... Você está saindo do país ou algo assim?” Perguntei.

“Sim. Algo desse tipo. Então, vejo você amanhã no parque. Não falhe em vir, ok?”

Antes que eu tivesse a chance de dizer “Espere um minuto...” ela já havia desligado.

“Essa garota... mesmo já sendo tarde...”

Naquele momento fui rodeado por uma sensação da preocupação que eu nunca tinha sentido antes.

Exatamente como eu tinha feito dois anos antes, tomei o trem meio-dia e quando cheguei à estação na minha cidade natal, fui diretamente àquele parque. O lugar que eu não tinha visitado em alguns anos pareceu o mesmo como sempre, mas por alguma razão todos os estudantes da escola que passaram por mim, pareciam ter mais crescido do que eu.

Quando cheguei ao parque, sentei-me no banco e repentinamente tudo ficou escuro diante dos meus olhos; ao mesmo tempo, senti o perfume familiar do qual eu sentia tanta falta. Agarrei aquelas mãos rapidamente e virei. Lá estava Orie, parecendo exatamente como da última vez que eu tinha visto dois anos antes.

‘O que foi isso? Você esteve a ponto de dizer “quem é?”’ disse ela inchando as suas bochechas e sentando ao meu lado. Imediatamente perguntei:

'E então? O que há? Onde você está indo?’

Nisto, Orie levantou-se suavemente. ‘Você sabe... que eu sempre quis estar junto de você.’ Ela começou a dizer tais coisas cuja significação não consegui entender.

‘Mas você foi quem disse que devíamos romper, não foi?’

‘Está certo. Mas eu de fato queria estar você. É verdade.’

‘Então... por que?’ Perguntei.

‘Lamentei isso mas... simplesmente tivemos de romper. Aquilo foi aquele tipo de fato... desde a minha infância o meu coração tem se enfraquecido e, talvez você lembre, eu muitas vezes não conseguia ir à escola. É porque eu ia sempre ao hospital. E pensar em como odiei aqueles exames...’

Com suas palavras, eu disse: ‘esta história... é uma pegadinha do Dia do Tolo, certo?’

Ela olhou para mim com olhos tristes durante um momento.

‘É verdade. Eu também quis tanto ir ao Tóquio onde você esteve… mas não pude conseguir a permissão para fazer isto... Se tivesse espasmos estando com você, teria apenas preocupado você também e...’

Pelo seu olhar compreendi que tudo era verdade.

‘Por que você não me disse antes de algo tão importante??’ Não pude não levantar a minha voz.

‘Por favor não fique triste... Se eu o tivesse dito isto você não teria aceitado que fôssemos a qualquer lugar juntos, certo? Na sua frente eu quis ser uma menina como outra qualquer...’

Eu tive raiva de mim mesmo. Estivemos juntos por tanto tempo e... eu nunca me dei conta de que ela poderia estar doente...

‘Não é sua culpa. Sou a única culpada. Por que eu sabia de tudo todo o tempo… que a minha vida duraria só alguns anos mais. Por essa razão, não é verdade que entrei na escola vocacional depois da graduação. O primeiro ano eu usei para viajar diariamente de casa para o hospital, mas depois… estive internada no hospital.’

“Você... então... naquela hora também…

“Sim. Eu pedi ao medico e recebi a permissão de vê-lo por apenas uma hora”

‘Mas... Como? Desde que nunca ajustávamos a hora dos nossos encontros...’

‘Oh, isto é simples. Da minha sala posso ver a estação de trem. Por isso eu sempre esperava para vê-lo descer as escadas da estação.’

‘Entendi... então o fato que nunca ter podido chamar por telefone foi também...’

‘Sim. É porque os telefones não são permitidos no hospital.’

Não podia suportar mais; os meus olhos ficaram cheios de lágrimas que não pude mais reter.

‘Você ... você deveria voltar ao hospital. Vamos, a levarei até lá. Vamos rapidamente.’

Enquanto eu dizia isto me aproximava dela, mas ela esticou a sua mão direita em direção a mim.

‘Não. Está bem. Está tudo bem agora’ disse sacudindo a sua cabeça.

‘O QUE está bem? NÃO! NADA está bem!!’ falei a ela gritando. Nisto ela respondeu:

‘Eu disse-lhe que esta seria a última vez, certo? Esta é realmente a última vez ... estou tão feliz de tê-lo encontrado. Não fiz além entristecê-lo todo o tempo ... realmente sinto muito. Fomos capazes de ir juntos ao parque de diversões e também ao jardim zoológico; ele é uma pena que não seremos capazes de ver um ao outro mais, mas... tenho memórias de uma vida com você. E não temos nada para lamentar, certo? Então, por favor não chore.’

‘A última vez ... não é a última vez. Ainda podemos ir àqueles lugares. Eu a levarei lá. Isso é uma promessa! Okay? Por isso, por favor não diga tais coisas, Orie... okay?

Estendi os meus braços para abraçá-la. Contudo o corpo de Orie deslizou por mim e por causa das lágrimas tudo em volta dissolveu-se como névoa.

“Por que…?” Levantei os meus olhos para ela.

‘Obrigada de todo o meu coração. Nunca me esquecerei disto, de você Fumihiko e nem das nossas memórias. Eu te amo Fumihiko... adeus...’ Orie desapareceu. Exatamente como as pétalas de flores de cerejeira espalhadas pelo vento, Orie simplesmente desapareceu...

Corri tão rápido quanto pude e perguntei sobre a sala de Orie no balcão de informações do hospital; sendo incapaz de suportar a espera pelo elevador, subi as escadas e quando encontrei o nome de Orie Aihara pendurado numa das portas, abri-a sem cerimônia. Com um sorriso delicado flutuando em sua face, estava exatamente como se estivesse dormindo, Orie havia morrido...

Um ano passou-se desde então. Eu nunca disse a ninguém do encontro estranho com Orie. Não que eu temesse que não acreditassem, mas é só que eu quis guardar esta memória como só minha; minha e de Orie. No fim só este mistério ficou eternamente insolúvel.

‘Como ela descobriu sobre o meu novo número?’ Até perguntei os meus pais mas ninguém foi capaz de dizer-me... de qualquer maneira... este era o único mistério que eu quis resolver mas... estou certo de que aquilo deva ter sido o presente que Deus deu a Orie durante o seu aniversário.

“O milagre do Dia do Tolo...’ sussurrei a mim. E logo rezei: ‘Eu imploro, deixe acontecer mais uma vez!’ sem saber onde Deus poderia estar.



Estou andando agora sozinho em direção àquele parque ao lado do riacho, num caminho que já estou acostumado usar.

(fim)


* Os nomes dos personagens principais desta história (Orie e Fumihiko) correspondem aos nomes dos personagens na lenda de Tanabata – A princesa tecelã e o pastor (Hikoboshi) – que se encontravam uma vez por ano, sempre ao 7º dia do mês de Julho.


É isso gente. Espero que tenham gostado.
Beijos e até a próxima (^^~)

sábado, 13 de junho de 2009

Isshi's novels – 1º de Abril (Parte 1/2)

Bom, é isso aí galerë.

Este será o último post de histórias do Isshi. Como havia dito antes, foram sete ao todo. Todos os finais de semana estive postando estes pequenos contos. Daqui pra frente trarei traduções diversas que encontrar e puder fazer. Os créditos das histórias ficam para lesyeuxjaunes que disponibilizou todas em seu LJ. Obrigada aos que acompanharam e se emocionaram assim como eu. Fiquem agora com a primeira parte da sétima historinha entitulada "Primeiro de Abril".
Leia Mais...

-----------------------------
1º de Abril – Dia do Tolo.
-----------------------------

Estou andando agora sozinho em direção àquele parque ao lado do riacho, num caminho que já estou acostumado usar.

‘Vamos terminar... Eu sinto muito. Obrigada por tudo.’

‘Que tipo de brincadeira é esta? Ah, entendi... Hoje é o Dia do Tolo, certo?’

Com as suas palavras repentinas, pensei no início que devesse ser apenas mais uma das suas pegadinhas habituais, mas pelo seu olhar sério, diferente do que costumava ser, compreendi que aqueles eram os seus verdadeiros sentimentos:

‘Eu entendo… Se você diz assim, então não há nada para ser feito. Eu Entendo’ respondi e depois que aceitamos o fim, a vi partir.

Foi em primeiro de Abril de 1999. Aquele dia foi o seu 19º aniversário.

Aconteceu na época em que teria completado três anos desde que eu tinha começado a namorar Orie.

Éramos colegas de classe durante o ensino médio. Eu era do clube de beisebol, onde ela mantinha a posição de líder. No início eu não gostei de Orie. Ela tinha uma bela aparência mas era reservada e não muito sociável; além disso, porque ela era freqüentemente ausente da escola, todo o mundo perguntava: ‘como que ela é a líder?’

Como a história inteira é sobre como uma garota que nem ela e alguém como eu começamos a namorar, então bem, ela começa quando um dia, depois da aula, depois de até ter terminado de praticar beisebol, voltando ao vestiário do clube para mudar a roupa pelo uniforme da escola, lá estava Orie, sentada em uma cadeira, costurando o número de cada jogador nas costas dos uniformes; quando ela me viu, exclamou algo em voz baixa e, quando vi que a sua face ficara vermelha, pensei: ‘Ela é realmente bonita, não é?’ Daquele dia em diante, comecei a gostar dela ao ponto de sempre procurá-la para estar com ela; agindo deste modo até durante a prática de esportes, eu não era capaz de fazer simples bolas mosca e nem pegá-las mais, então, como não podia suprimir as minhas emoções, chamei Orie durante o intervalo de almoço e confessei os meus sentimentos para ela.

A Orie recebeu a minha confissão sem objeção e daquele dia em diante ficamos juntos; por conseguinte, costumávamos ir juntos por um caminho diferente da escola para casa, tomando um caminho alternativo de propósito e nos feriados íamos juntos ao parque de diversões ou ao jardim zoológico, gastando tempo um com o outro como qualquer casal.

Durante o tempo que se estendeu até a graduação, em parte por causa do seu comportamento com abandono e na maior parte por causa da sua personalidade egoísta, ela costumava repetir soluçando que devíamos romper, mas eu pedia desculpas e nos reconciliávamos sempre. Contudo, por eu também ter hábitos de que não posso livrar-me com facilidade, uma briga aconteceu durante o segundo semestre no último ano da escola depois de uma orientação dada pelo conselheiro de classe, quando Orie disse: ‘se você for para Tóquio, então estamos separados.’ E, sem dar ouvidos ao que tinha para dizer, ela andou pelo corredor impetuosamente. Eu somente disse a mim mesmo: ‘o que há com ela afinal... Não faço idéia...’

Aproximadamente dois dias passaram sem falarmos um com outro, mas ao final da tarde do terceiro dia recebi uma chamada de Orie: “Me desculpe, Fumihiko... é só que, se você for para Tóquio, não serei capaz de vê-lo e não posso suportar a idéia...’ dizia ela chorando.

‘Ora, vamos, vai ficar tudo bem. Estarei de volta aqui nos fins de semana e você também irá à Tóquio, certo? ’ Eu acalmei ela e então marcamos para encontrar-nos no dia seguinte no horário de sempre no mesmo parque, para que pudéssemos ir à escola juntos.

Mesmo depois de eu ter entrado na universidade de Tóquio e de Orie ter entrado na escola vocacional local, a nossa relação continuou. Nas noites de sexta-feira passei a tomar o expresso às 21h e ir à minha cidade natal, então, depois de passar dois dias junto com Orie, nas tardes de domingo eu voltava com o trem de alta-velocidade o qual partia às 17.22 continuando minha vida desta forma.

‘Eu não gosto de Tóquio. É apertada e fedorenta, ela não me serve.’ Sob deste pretexto, Orie não veio, nenhuma vez sequer, visitar o lugar onde eu vivia sozinho.

Enquanto pensava nessas coisas, eu fitava no quadro exposto na minha escrivaninha do PC, uma foto de nós dois juntos embaixo da árvore de cerejeira no parque onde sempre costumávamos ir nos encontrar, quando repentinamente o telefone celular no meu bolso começou a tocar. Quando vi o número no display, tive a impressão ele desapareceria no segundo seguinte – era o número “Aihara Orie”. Apertei o botão de resposta com rapidez e quando pus o telefone na minha orelha ouvi a voz de Orie: ‘Olá, sou eu. Você pode falar?’

'Sim', respondi vagamente. Então Orie disse no seu tom habitual: ‘não estamos namorando mais no entanto... Poderíamos, por favor, ver um a outro pelo menos uma vez por ano no meu aniversário? Naquele parque, você sabe...’

Eu esperava agora na linha dela: ‘O que eu disse hoje, você realmente levou a sério? Aquilo foi uma pegadinha, uma mentira, hoje é primeiro de abril, não é? Você sempre leva tudo tão a sério.’

Contudo, com essas palavras repentinas, desânimo e raiva misturaram-se dentro de mim, dando à luz a uma sensação ímpar, portanto eu suspirei e disse fracamente: ‘O que há? Não estamos mais juntos, assim não há nenhuma razão em ver um ao outro mais, certo?’

‘Bem, não seria adorável nos vermos uma vez por ano, como a Princesa Tecelã e o Pastor na história de Tanabata? No fim, sou Orie e você é Fumihiko*...’

Suspirei mais uma vez: ‘Ah, me dê um tempo! Você está dizendo coisas sem sentido como sempre e continua brincando com os sentimentos dos outros!’ Eu realmente quis que isso soasse irritado, mas terminou parecendo com fadiga emocional, dquelas quando você só consegue dizer “Que seja… Faça o que você quiser, eu não me importo ...”

'Muito bem', ela disse. ‘Então, no próximo ano no mesmo dia, no mesmo lugar, okay?’ Depois de dizer, ela desligou. Eu escutava agora o tom vazio, então, fitando esgotado o celular, suspirei mais uma vez.

No primeiro mês depois que rompemos, eu quis chamar Orie muitas vezes mas tendo sido rejeitado por ela não tive a coragem para chamá-la agora; tudo o que eu fazia era olhar o céu pensando só no verdadeiro significado das suas palavras. Contudo, enquanto saia com os meus amigos da universidade, enterrei as memórias sobre o que Orie tinha dito bem como tudo sobre Orie, como belas memórias em uma esquina oculta da minha mente; mas cada vez que abria a memória de ligações do celular, ainda havia o nome “Aihara Orie” registrado lá em vermelho... de uma maneira ou de outra, aqueles momentos foram tão dolorosos...

Durante o tempo em que estive no segundo ano, enquanto eu passava o meu tempo na Internet como sempre, o telefone tocou e as letras que formavam o nome “ Aihara Orie” flutuavam no display de cristal líquido. Pus o telefone na minha orelha e: “Sou eu. Você pode falar? “ disse na chamada. A voz que eu sentia tanta falta, mas que ainda lembrava, era a de Orie.

‘Você está fazendo tudo certinho? Como as coisas estão indo na universidade? Você não está gazeando aulas e somente se divertindo, não é? Você deve estudar apropriadamente, você sabe’, ela falava sem parar dizendo tudo isso em uma só respiração e eu não sabia a qual pergunta responder primeiro, então eu somente disse: 'Sim'.

‘Lembra-se da nossa promessa? Sobre amanhã? Você esqueceu, não foi?’

Com isto, em um ímpeto virei as páginas do meu calendário que tinha dado uma parada desde o Outubro passado. ‘Oh, sim. Certo. Claro que me lembro. Por que estarei chegando amanhã.’ Eu disse. Nisto Orie disse apenas: “okay, então. O verei amanhã’ e desligou o telefone do seu modo habitual. Quando tentei rediscar, só consegui ouvir a mensagem da secretária eletrônica. Portanto eu disse a mim mesmo “Cara, ela realmente não mudou em nada...” Então, enquanto lembrava-me do rosto de Orie, que eu já começava a esquecer, verifiquei o horário das partidas de trem e, sem perceber, eu sorria.

No dia seguinte tentei mais algumas vezes ligar para ela mas, por ter sempre que ouvir, a cada vez que tentava, a voz da secretária eletrônica, quase fiquei desesperado. “Por que não há nenhuma conexão? Talvez ela tenha desligado. Eu vou tentar perguntá-la quando nos encontrarmos.” Não tínhamos combinado o horário do nosso encontro, assim, usando apenas a roupa que na ocasião vestia, tomei o trem do meio-dia e no momento em que cheguei na minha cidade natal, fui diretamente ao parque. Não houve nenhuma mudança em particular na cidade que eu não via há quase um ano, mas os estudantes que usavam o uniforme da minha antiga escola que às vezes passavam por mim, de uma maneira ou de outra, me pareciam muito infantis e enquanto estranhamente pensava nesta impressão, continuei andando e cheguei ao parque em aproximadamente 10 minutos.

‘Sempre foi tão perto assim?’ Perguntei-me e sentei-me em um banco perto da cama de areia, quando repentinamente o meu campo de visão ficou completamente escuro.

‘Quem está aí?’

Agarrei as mãos que obstruíam os meus olhos e quando me virei, lá estava o rosto que eu tanto me fazia falta.

Orie sentou-se ao meu lado no banco. ‘Faz um bom tempo. Você tem estado bem?’ ela disse, sorrindo com o rosto inteiro, mas, desde a última vez que eu tinha visto, aquele rosto pareceu muito mais fino.

‘Sim. Estou fazendo tudo certo. Quanto a você, ficou esbelta...’

“Mesmo? Fico tão contente” ela disse, batendo as suas mãos jovialmente, portanto continuei: ‘como você fez isso? Você esteve de dieta ou algo assim? De fato. Você realmente perdeu o peso. Mas fora isto, você não mudou nem um pouco...’ na minha observação, ela inchou as suas bochechas. ‘Por estarmos nos vendo depois de tão longo tempo, o que acha de comermos algo?’ Eu disse levantando-me.

‘Não. Sinto muito, eu o chamei, é porque realmente não tenho tempo. Sinto muito mesmo. Por favor desculpe-me...’

Como ela disse isto, falei: “você está falando sério? Mas por que?... E pensar vim aqui com grandes dores. Quanto tempo você tem de fato? ’Perguntei. ‘Bem, aproximadamente 30 minutos, ela disse vendo o relógio à sua mão esquerda. Baixei os meus ombros em desgosto, mas porque ela pedia desculpa demasiado profundamente, eu disse jocosamente: ‘bem, não podemos fazer nada sobre isso. Então falaremos (sobre velhos tempos) aqui?’

‘Sim!’ ela disse sorrindo novamente.

“Oh, cara... não sou realmente nenhum possível encontro para ela”, eu disse pra mim.

Rememorando os dias que tínhamos passado juntos, rimos durante algum tempo, então voltei à estação de trem, e sendo agitado pelo trem como viajava sozinho, eu olhava a paisagem da minha cidade natal que eu deixei para trás, quando repentinamente me lembrei: ‘ah! Esqueci de perguntar sobre o telefone …’ saí do deck e tentei mais uma vez chamar, mas, como esperado, não houve nenhuma conexão: ‘hm … suspenso novamente’, pensei, portanto retirei da minha bolsa o livro eu tinha começado a ler, e de uma maneira ou de outra, perseguindo os caracteres na página com os meus olhos, realmente me preocupei com Orie e não pude conter um sorriso amargo.

De volta ao meu apartamento, tentei posteriormente inúmeras vezes ligar para ela, mas no fim não consegui. Assim, tendo passado o "Dia do Tolo”, para que eu não esquecesse dele na próxima vez, virei as páginas do novo calendário que eu tinha comprado a caminho e marquei o primeiro de Abril; reajustei a fotografia que sempre ficava de pernas para o ar, pondo-a de pé e enquanto olhava para o quadro de nós dois, antes que me desse conta, adormeci.

Outro ano passou sem qualquer notícia de Orie. O ambiente ao meu redor, era o mesmo de sempre, os meus dias foram comuns mas, quando as árvores de cerejeira começaram a florir, encontrei-me esperando em meu coração por uma nova ligação dela.

(...)


Amanhã tem mais *-*~

sábado, 6 de junho de 2009

Isshi's novels – Carta do Isshi

Olá! (^o^~)/

Ansiosos para o lançamento dos ingressos? Eu também (y.y~) é um amargo esperar.

Que tal algo diretamente do Isshi para preencher ao menos um pouco o vácuo da espera? Hein? No post deste fim de semana, resolvi nomear como "Carta do Isshi" por que é o que parece. Não há saudação, remetente e nem está no formato de carta, mas o conteúdo, as coisas que ele vai falar, dão a idéia de mensagem a alguém amigo. Vamos à nossa sexta história. Leiam e comentem!
Leia Mais...

--------------------
Pequena história minha –
e outra vez, um reflexo do estado da minha mente.
--------------------

Daqui a cinqüenta anos serei um ancião. Oh, mas não sabemos ainda, certo? Possivelmente, nosso mundo ainda não se parecerá com o mundo de Galaxy Express 999, onde você pode dizer ‘Dê-me um corpo mecanizado!’ De qualquer maneira… eu mesmo, máquina ou não, serei um tanto estranho.

Mas sem dúvida, mais importante do que isto é… o que estarei fazendo para ganhar o meu pão?

No momento atual, estou cantando, dançando e escrevendo artigos, mas, daqui a cinqüenta anos é óbvio que não estarei fazendo as mesmas coisas. O artista Taro Okamoto disse uma vez: “arte é explosão!”, mas você explode antes de receber para conceber a arte; isto também é verdadeiro …

Ao todo, há demasiadas coisas que tenho de fazer, e, bem, enquanto estou pensando sobre por onde começar, termino estendendo a mão à cerveja.

Certo. Como eu preciso de um pequeno intervalo , estou vendo-me brincar com o meu filho, mas não é como se eu pudesse pular tal tempo na minha vida … Ah, onde está a minha dignidade como pai? Pergunto-me com desânimo, mas, é isso! Um passeio! Devo dar uma volta! Mas mesmo quando tento sair, a luz do sol me machuca … eu não gosto da luz solar … eu estive dizendo isso em uma entrevista também, e é verdade, porque primeiro de tudo meus olhos dóem. E minha pele também se machuca. E para piorar, tenho dor de cabeça. Nessas circunstâncias, deixo de dar uma volta.

No fim, confinado em meu quarto, eu permaneço lendo um livro ou algo similar, então nada em absoluto muda.

Errado! O que foi isso agora?... Certo, cinqüenta anos partindo de agora!

… De qualquer modo, estou cheio de ansiedade. O desenvolvimento da tecnologia de computador na sociedade atual trouxe coisas impressionantes, e se agora mesmo você puder fazer o download de quase tudo, então o CD não venderá mais; logo, em cinqüenta anos não haverá algo como o CD; além disso, como os computadores farão canções para nós, não chegaremos em um mundo em que não haverá mais uma necessidade de músicos? Quando vejo a tela do meu Mac, ele está a anunciar - “a tecnologia mais avançada! Chega até mesmo à isto! Inteligência artificial!” e se possível “faz crianças crescerem sem os pais”, então estaremos “publicando livros sem escritores” - (a associação pode ser um bocado forçada aqui …)

Se tais coisas se tornarem verdade … Oh, estou tão assombrado por tais preocupações inúteis, que desta vez o meu estômago dói. (meu corpo inteiro está me deixando mal.)

Não posso dizer tais coisas como “Se tudo está bem agora, então está tudo perfeito!” como um velho rockeiro formado. Dizer algo como isso, cheio de alto confiança é algo realmente irracional. ("irracional" leia-se "eufórico" !)

Mas então outra vez, eu realmente não penso que sou absolutamente parecido com um rockeiro.

Certo.

Há alguns dias, um velho colega meu teve uma discussão sobre rock com alguém e, estando eu próximo, ouvi as suas palavras. ‘Rock não é viver fazendo o que você quiser, é reforçar o seu próprio estilo de vida; por essa razão, mais importante do que sacrificar gente e coisas ao seu redor para você, é fazer o seu melhor em continuar protegendo as coisas que você tem de proteger. Isso é o que o rock é!’ ele declarou e acrescentou: ‘o meu pai é um simples empregado de escritório, mas ele construiu a nossa família e criou-me até agora. Uma pessoa como o meu pai é cem vezes mais perto do "rock" do que os caras que “rockam” por aí o dia todo.’

Não pode ser … Eu provavelmente nunca esquecerei aquelas palavras. Durante um momento o meu colega pareceu um deus.

Também tenho este modo de pensar e, muitas vezes, olhando filmes sobre heróis, penso ‘Mas, mas, mas… eu… eu não tenho nada para proteger... E de qualquer maneira não há nenhuma coisa perigosa ao redor …’ enfureço-me pensando assim, e logo penso: Onde você pensa que isso se passa? Não é no Japão? Não é um estado constitucional? Estamos todos sendo protegidos por algo em algum lugar, porque se não fosse assim, teríamos sido todos mortos há muito tempo. De qualquer maneira, isto é o que eu sempre pensava sobre a sociedade … (o fato de eu ter sido ensinado em uma região do norte deve ser a causa disto)

É por isto que esta dor no meu estômago deve ser a dor do peso das coisas que tenho de proteger agora; pensando nisto, tomo uma pílula para a minha dor de estômago e tento fazer o possível. Não desejo em particular coisas como a paz mundial, nem penso coisas ultrajantes como “eu…vou salvar…este mundo!” (dito no tom como quando você faz uma proposta de matrimônio pela 101a vez).

De uma maneira ou de outra, enquanto cuido das coisas que amo, das pessoas que amo, das coisas importantes que estão perto de mim e fazendo o que gosto, em cinqüenta anos quero me tornar um bom homem de setenta anos. Se não houver mais nenhum CD ou se a profissão de escritor desaparecer, estarei com problemas. Por que, em primeiro lugar, o que se supõe que eu faça?... Quando estou agora na situação em que os membros de banda, o gerente e todos os meus colegas se queixam dizendo-me: “escreva aquelas histórias mais rápido!”

Estou escrevendo, estou escrevendo. Como esta, certo? Bem, em se tratando de uma história contada na primeira pessoa, quando você, o leitor, parar para ver quantos “…” aparecem neste texto, imagino que você será capaz de adivinhar o estado da minha mente.

Cinqüenta anos partindo de agora… várias coisas serão corroídas por vários países, mas estou aqui agora mesmo, rezando ardentemente por só uma coisa:

‘Por favor deixem para trás pelo menos as árvores de cerejeira …’

Ps.
‘E Astro Boy, também. Doraemon e Dorami-chan, também. Enquanto eu viver, está tudo bem se eles não forem finalizados… por favor?’

(end)

domingo, 31 de maio de 2009

Isshi's novels – Sem Nome (parte 2/2)

Youwh! (^3^)/~
Sem mais delongas, aqui vai a continuação da quinta história: “Sem Nome”.
Leia Mais...

Viramos as prateleiras da sala de pernas para o ar, procurando as cifras de Mr. Children sussurrando “Mr. Children, Mr. Children, Mr. Children” todo o tempo como um encantamento estranho.

‘Aa, encontrei!’ A coisa que Ryo segurava nas suas mãos era a cifra usada de Mr. Children. Escolhemos as canções que sabíamos e pelo critério de “tempo mais lento”, decidimos executar a canção “Tomorrow Never Knows”.

Em primeiro lugar, cada um de nós ficou com uma cópia da música e, depois que foi decidido que durante uma semana deveríamos praticar individualmente, voltamos para nossas casas ligeiramente deprimidos (exceto por Ryo, que tinha um sorriso no rosto) mas, naquela ocasião a raiva do Ryo, que estava metade otimista, metade irresponsável, com a sua cara "completamente apaixonado", veio à tona mais uma vez. ‘Realmente devíamos bater nele novamente …’ pensamos, lamentando por não termos feito.

A semana seguinte, nós quatro tentamos pela primeira vez sincronizar os sons mas era cedo demais para parecer com música, era algo mais parecido com algo pior do que o som mais aborrecedor da terra e resultou que o professor conselheiro, que nunca antes havia passado naquela sala, veio até nós bramindo:

‘Façam isto em outro lugar!!'

‘Todos presentes!’ paramos mas pensamos: ‘Hum? Este não é o objetivo desta sala?’ As palavras cuja significação não pudemos entender nos deram um fim terrível à nossa tentativa, e nos faziam encolher os nossos ombros, pensamos 'não podemos fazer isto assim …’ e porque não tivemos nenhuma escolha, fomos ao estúdio que os mais velhos estudantes usavam para praticar. Lá: ‘você estão estragando o ritmo.’

‘Quê?? Vocês com certeza não podem tocar instrumentos!’

Em cada lugar de prática que fomos, reclamavam tanto de nós ao ponto de ter-se transformado em algo como “a grande reunião de palavras ásperas”, assim no fim, Ryo disse algo como: ‘Eu…talvez deva fazer o karaokê …’, carregando a raiva de todos e direcinando-a a ele.

‘Bem, não é principalmente por sua culpa que chegou a esse ponto?’

‘Isto é verdade… Estamos fazendo isso por sua causa.’

‘Você e a suas malditas roupas da moda!’

Ficamos sempre fazendo repreensões como se tivéssemos pouco o que fazer com a banda, por isso Ryo disse quase chorando:

‘Vamos lá, vai ficar tudo bem, de um jeito ou de outro.’

‘Está certo. Vamos fazer o possível!’

‘A sua roupa é a mais legal apesar de tudo!’

Nos animamos, embora não soubéssemos o que aconteceria conosco. Então o Ryo veio outra vez: ‘Ultimamente… não tenho estado tão bem com ela, sabem..’ Ele queixava-se do relacionamento que tinha com a namorada. O resultado disso foi que o estúdio onde se supunha que nós estivéssemos praticando, rapidamente se transformou na “ sala de consulta de situações amorosas do Ryo.” (Sim! Fomos idiotas completos!)

Todavia o dia do festival chegava cada vez mais perto… estivemos realmente com problemas, assim, engolindo a nossa vergonha, nos aproximamos dos mais velhos estudantes e, três dias antes do festival, fizemos algum progresso no qual a nossa canção ficou em um estado que podia ao menos ser ouvida.

No dia do festival tinha sido decidido que deveríamos entrar primeiro. Foi Sugishita, o cabeça do clube, quem decidiu a ordem. ‘Será provavelmente mais fácil para vocês se não houverem muitas pessoas no público’, disse-nos; era óbvio que o aviso foi apenas a sua exigência subentendida de “ terminem rapidamente e dispensem-nos de demasiada vergonha”.

Estávamos todos pensando ‘Malditos! Vamos fazer papéis de tolos e estamos até indo mostrar pra vocês!’, mas ao mesmo tempo pensávamos ‘Ah, obrigado. Agradecemos muito’, porque realmente fomos lastimáveis.

Nós quatro nos reunimos na sala pela manhã e praticamos pela última vez. Entraríamos no palco logo, quando Ike perguntou:

‘A propósito, o nome da nossa banda não foi decidido ainda, não é?'

Este problema óbvio tinha escapado da mente de todos.

‘Ah, certo. Nunca pensamos nisso’ disse Kattsu.

E logo sentindo os sinais da atmosfera de tolices habituais pairando sobre nós, eu disse: ‘Ah, então, então, como é? Não há nenhuma banda com tal nome, portanto sugiro “Sem Nome”.

Aquilo foi a primeira coisa que veio à minha cabeça, mas surpreendentemente todo mundo disse: ‘isto é muito legal. Sem Nome.’

‘Sim, acho também.’

‘Okay, então somos os “Sem Nome”.’

Deste modo, o nome da nossa banda foi decidido. Bem na hora que ficamos animados com isso, ouvimos a voz do nosso líder do clube: ‘É a vez de vocês, caras.’

O resultado foi o seguinte: no público haviam quatro pessoas, a nossa apresentação durou quase cinco minutos (isto incluiu o péssimo MC de Ryo) e, por causa do nervosismo pus acabei pondo muita força e duas cordas da minha guitarra terminaram quebradas. Por causa do mesmo nervosismo, Kattsu derrubou três palhetas. E quando uma das baquetas de Ike deslizou por causa do suor, num piscar de olhos, pôs fim ao nosso primeiro e terrível live juntamente com os escassos aplausos. Contudo, tendo provado a excitação de estar no palco e a alegria e a sensação de realização, a nossa banda tola “Sem Nome” participou do festival do ano seguinte também, e então também no outro ano e assim, quando olho pra trás,vejo que passamos três anos fazendo nada mais além de tocar na banda.

Depois da realização última apresentação da nossa vida de estudantes, nós quatro pensamos: ‘vamos marcar algo com o nome da nossa banda.’

Esculpimos “Sem Nome” no tronco da árvore de cerejeira que ficava bem na frente da entrada principal da escola e tiramos fotos lá.

Posteriormente tomamos caminhos diferentes na vida; contudo, para melhor ou para pior, foi indubitavelmente verdadeiro que tínhamos passado “os melhores dias da juventude que nunca viveremos novamente”, por isso gosto de relembrar ocasionalmente as memórias daquele tempo que estão impressas no meu coração.

Isto ocorreu-me só agora mas penso que o nome da nossa banda – Sem Nome – foi uma expressão bastante exata do tempo da nossa juventude. É difícil pôr em palavras ou encontrar um nome para o que você sente quando você é jovem, imaturo e cheirando a suor. Mas de qualquer maneira por causa disto, um tempo que passou como uma rajada do vento não precisa de tal coisa como um nome.

Exatamente por causa disto, para que o coração nunca esqueça, isso vem inesperadamente à tona na mente.

Mesmo agora o tempo da nossa juventude ainda pode ser gravado como “Sem Nome” naquela árvore de cerejeira como uma memória da eternidade. Pensando nessas coisas, estendo a mão ao telefone e disco os números daqueles de quem sinto tanta saudade.

(end)


(^___^) aeee! Com isso chegamos ao final desta história. A próxima é uma pequena reflexão do Isshi sobre como ele pensava à epoca que escrevia estes contos. A próxima será um conto sobre.. ele mesmo! xD

Beijos, pessoal! (^3^)/

sábado, 30 de maio de 2009

Isshi's novels – Sem Nome (parte 1/2)

Olá! (^____^)

Depois de uma semana cheia de notícias, trago ao final dela, para relaxar, uma história leve sobre a amizade de quatro rapazes estudantes, adolescentes e despreocupados. Vocês podem estranhar, mas este é mesmo o nome desta história.
Leia Mais...

---------------------
Sem Nome
---------------------

Isto deve ser algo que alguém pensa pelo menos uma vez …

“Eu quero voltar para aqueles dias…”

(Este é o nome de uma música também, não é?)

Talvez esteja em tal humor porque estou examinando o álbum com fotos da época que me formei na escola. Enquanto viro as páginas grossas, cheias de memórias, a forma da minha boca desata-se em um sorriso – por fora, este cara parece perigoso... por alguma razão eu via-me objetivamente assim; enquanto várias memórias eram revividas, uma após a outra, de repente não pude segurar uma doce risada.

É claro, minhas memórias são todas sobre aqueles caras.

‘Fomos tão estúpidos…’ Enquanto eu conversava comigo mesmo, sorri fracamente e suspirei.

Quando digo “aqueles caras” quero dizer os amigos com quem passei os três anos do auge da minha adolescência: Ike, Kattsu, Ryo. Estive na mesma classe com esses três, tínhamos espécies diferentes de hobbies prediletos, mas por alguma razão nos demos bem e assim que entramos no ensino médio, nos tornamos companheiros.

Ike era o típico delinquente; ao mesmo tempo, ele tinha um rosto que parecia como o ninho de um pássaro que você não consegue ver muitas vezes, e, honestamente, ele tinha aquela aparência que diz ‘Não tem como andarmos juntos’ … Contudo, você não pode julgar pela aparência; ele costumava gazear aulas, mas quando vinha os testes ou durante as lições, ele costumava mostrar “o top da classe” que era , uma espécie de lado genial seu.

‘Você provavelmente estuda muito em casa, não é?’ quando ele foi importunado com essa pergunta ele disse ‘não seja ridículo’ ficando com o rosto todo vermelho. Ele realmente se zangou.

‘Por que você se está ficando irado, então? Aquilo foi um acidente?’ E assim por diante, todo mundo ria dele.

Kattsu jogou basquete até a metade da escola, ele até conseguiu ser escolhido como o melhor jogador da nossa região, mas quando entrou no ensino médio, ele repentinamente parou.

‘Neah, coisas como esportes são legais quando você é um garotinho. E odeio suar, portanto …’

Usando tais razões que não faziam sentido, ele recusou o convite dos mais velhos estudantes para o time da escola, mas como ele costumava correr atrás da bola, que ficava suja com o suor dele durante as aulas de educação física, provavelmente todo mundo pensou ‘Oh, cara, ele realmente sua muito …’

O Ryo foi, falando pelo geral, um grande fã de moda, um cara sem limites. Ele era tão absorto na leitura de revistas de moda que alguém poderia ter pensado ‘Wow, se ele estudasse com o mesmo afinco …’

‘Essas roupas são a sensação do momento!’ Assim alardeava mostrando-nos os itens dos quais ele fora o primeiro a comprar, mas até mesmo quando ele bebia ruidosamente ramen no "Sukiya" no subterrâneo o edifício de Daiei, ele costumava ignorar a todos.
Para resumir, fomos um bando de idiotas.

Como dimensão da nossa loucura, uma coisa foi extrema. De alguma forma, mesmo sendo estudantes, durante os três anos do ensino médio nunca compramos livros.

Oh, fui o único?... Bem, quase....

Não que as nossas famílias fossem pobres; realmente recebíamos o dinheiro dos nossos pais para comprarmos livros e guardávamos no bolso o dinheiro, mas, antes de que nos déssemos conta, gastávamos o dinheiro com diversão e em coisas como ‘centro de video game, ‘karaokê,' boliche’ e assim por diante.

Contudo, nunca tivemos problemas. Pois, se nunca fôssemos às aulas, não poderíamos passar para as séries seguintes, então, quando chegávamos a momentos cruciais, pegávamos emprestado e copiávamos os livros dos caras das outras classes.

Quando penso nisso agora, posso dizer ‘Que tolos que fomos …’ e é quase como se eu repreendesse o jovem em mim, mas … naqueles tempos nunca pensávamos no futuro.

‘Por que você não viverá os dias da juventude uma segunda vez, você deve gostar do momento presente com toda a sua força! ’Com este mantra costumávamos perder tempo andando por aí, ficando ociosos no parque, ociosos na escola. Em todo o caso vivíamos uma vida na inatividade.

Agora, sobre o nosso lugar de encontro, ele era a sala do clube de musica. Não que pudéssemos tocar guitarra ou bateria ou algo do tipo, mas é que imediatamente após entrarmos no ensino médio, o nosso professor de sala disse em uma voz prolongada: ‘vocês terão de fazer pelo menos uma atividade extracurricular. Isto é a regra, vocês sabem …’ E de qualquer maneira nós quatro escrevemos os nossos nomes no registro para entrarmos no clube de música. A razão foi simples – a sala do clube era “a mais distante da sala da coordenação”. Como tudo com o que nos preocupávamos era em não sermos encontrados pelos professores, pensamos que este lugar seria perfeito. Aquela foi uma boa idéia mas, como tínhamos esperado, o lugar não foi mais acolhedor do que isto. Nós quatro usualmente assistíamos televisão, ou jogávamos games ou fumávamos. Quando não há nenhum instrumento musical ao redor, ela se transforma em uma espécie de “nossa sala”.

Um dia chegamos a uma grande crise quando a vida de inatividade que vivíamos deu uma guinada súbita. Assistíamos tv como de hábito na sala, quando Sugishita, o cabeça do clube, entrou na sala e disse:

‘Quê? Vocês de novo? A propósito, que canção vocês estão ensaiando pro próximo festival da escola?’

‘Sobre que ele está falando?’ Perguntei-me e quando troquei olhares com os outros três, Ike e Kattsu pestanejaram os seus olhos e tiveram uma reação como ‘Hum? O que é isto?’, enquanto Ryo continuou lendo a sua revista de moda.

‘Vocês quatro estão ensaiando como uma banda, certo Ryo?’ Quando Sugishita chamou o seu nome, Ryo respondeu: ‘Hum? Oh, sim é isso.’

‘Bem, que seja. Não há muito tempo sobrando, portanto vocês devem praticar, vocês sabem.’

Isto foi tudo o que ele disse, e então mudou o seu uniforme, esfregou a sua boca com a sua mão e saiu fechando a porta logo após.

“Hey, o que ele quis dizer com aquilo?” À pergunta do Ike, Ryo respondeu: “Bem, eu tenho namorado uma moça ultimamente, certo? É por isso...”

‘Por isso, o que?’

‘É por isso que… eu achei que seria legal contar pra ela que estou em uma banda no festival de escola.’

‘Hum??? E?’

‘Sim, e… Vamos fazer isso, nós quatro!’

Depois de um momento de silêncio:

‘Você é louco??? Não é como se PUDÉSSEMOS fazer isto, não é? Nenhum de nós pode tocar qualquer instrumento, nem sequer os temos! Não vou fazer isso, não vou fazer de jeito nenhum’ disse Ike, então Kattsu falou:

‘Está certo. Que tal subir no palco sem tocar nenhum instrumento? Supõe-se que nós façamos gospel? Porque, bem, você não pode fazê-lo sozinho, certo? Hahaha.’
Nisto eu disse: ‘De jeito nenhum, de jeito nenhum. Nooo waaay. Por que você não faz Karaokê sozinho?’

Logo após, Ryo respondeu: ‘bem... de fato … já escrevi os nomes de vocês na lista …’
Obviamente, nós três pulamos em cima de Ryo e o espancamos.

Naquele dia depois da escola, embora com relutância, ainda juntos como uma banda, nos reunimos novamente na sala do clube porque não sabíamos por onde começar e ainda tínhamos que decidir sobre os papéis de cada um. Assim, depois de trocar argumentos que de que isso devia parecer-se com isto ou aquilo, pela razão de que não custaria nada se usássemos a bateria na sala do clube, Ike a tocaria. Com o pretexto de que ele não queria destacar-se muito, Kattsu ficaria com o baixo. Quanto a mim, porque tinha esta guitarra que o meu pai usou para tocar uma vez, eu ficaria com a guitarra.

O Ryo foi o único que disse:

‘Sim, sim, ficarei com os vocais, okay? No fim de tudo, realmente destaco-me. E sou bom o bastante cantando, também, vocês sabem.’ Ele levantava a sua mão, cheio da vontade de se candidatar como vocalista.

Depois que tínhamos estabelecido as partes, chegamos ao ponto em que tivemos de decidir sobre a canção que íamos executar, portanto mencionamos os nomes de várias bandas que sabíamos, mas não tínhamos nenhuma idéia sobre qual era a mais fácil pra fazer; Foi quando Kattsu nos mostrou uma banda que tinha caído nas suas mãos. Ele disse:

‘Eles são bons, vocês não acham? Parece bastante fácil, também.’ Mas o título era “Pop Music para Piano” e todos pensamos 'Eles não são sequer uma banda …’, portanto suspiramos profundamente novamente e, no fim, pedimos a Sugishita um conselho.

‘Bem…algo como Mr. Children seria perfeito, certo? Quero dizer, todo mundo conhece e eles não são muito difíceis, você sabe. E temos as cifras na sala do clube. De qualquer maneira, há só mais um mês até a performance, portanto vocês devem praticar tanto quanto for possível. Estarei ocupado no estúdio, portanto até a próxima. ‘

Depois de dizer isto, como ele estava completamente despreocupado (bem, ele realmente estava despreocupado depois de tudo …), pôs a case de náilon com a sua guitarra no ombro e partiu com o seu espírito altivo.

(...)


E é isso . Amanhã vocês verão a continuação de como a banda desses caras se desenvolveu.
Espero que estejam gostando!

Até lá! (^¬^)/~

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Isshi's novels – O Mistério da Cerejeira (parte 2/2)

Oieee! (^^)/
Gente, desculpa pelo atraso... é que... ironicamente... adoeci! @x@’’
Leia Mais...

---------------------------------
O Mistério da Cerejeira
---------------------------------

No dia seguinte estava a caminho da escola com um coração pesado. Como eu não quis passar por aquelas árvores, decidi tomar um caminho alternativo. Pensando só naquela cerejeira me sentia realmente mal, por isso durante o intervalo fui à enfermaria da escola; lá encontrei o meu colega de classe T e, contra o meu melhor juízo, disse-lhe da árvore.

"Ah, sério?! Quero ver a árvore. "

A cerejeira aguçou o seu interesse e assim fomos juntos depois da escola para vê-la.

"É Esta?" perguntou T, procurando por todos os lados o mistério, chutava a cerejeira da mesma forma que K tinha feito.

‘H-ei!’ Parei ele com pressa, mas ele disse:

"Está tudo bem. Não há nenhum problema. Olhe! Vou fazer até isso! " E quebrou um galho da mesma árvore.

Essa foi demais para mim; Então eu deixei-o para trás e fui para casa, onde confinei-me no meu quarto novamente e passei uma noite sem dormir, rezando para que T fosse para a escola no dia seguinte.

Naturalmente, o T não veio à escola. Desta vez fui chamado pelo professor que pediu explicação sobre as circunstâncias, mas eu não disse nada sobre a árvore de cerejeira ou sobre o meu colega ter quebrado um galho fino dela. Eu tinha decidido no meu coração: ‘não tenho nenhuma escolha a não ser fazer eu mesmo algo sobre isso.’

Quando voltei para casa, tirei uma ferramenta do pequeno quarto no fundo do jardim, esperei a minha família adormecer profundamente e durante a noite, furtivamente saí de casa.

A fileira de árvores de cerejeira pareceu totalmente diferente de durante o dia. Foi tão misterioso que os meus pés pareciam mais apertados no meu calçado, mas reunindo minha coragem, andei até aquela árvore de cerejeira e cortei-a na raiz. Quando olhei o tronco, esperei que algo fosse aparecer, mas ao contrário da minha sensação, nada aconteceu e tudo que foi deixado depois disso foi a enorme cerejeira jazendo derrubada em terra e o resto do tronco fincado no chão.

Depois daquela noite, eu não sei o que aconteceu com o K ou com o T ou com aquela árvore...

Mas agora estou escrevendo esta história deitado na minha cama no hospital.

(fim)


Até fim de semana que vem!

sábado, 23 de maio de 2009

Isshi's novels – O Mistério da Cerejeira (parte 1/2)

Oi povo! (^-^)/

Já estamos na quarta história! Bem, não sei se todos sabem, mas no Japão, há várias lendas ao redor das árvores de cerejeira. Machucar uma árvore dessas era uma maldade sem precedentes e passível de conseqüências pela falta de amor em agredir algo tão puro e belo. Na história anterior, vimos o espírito de uma cerejeira se tornar uma linda jovem e ir embora depois que a árvore da qual fora originada ter sido cortada. A história deste fim de semana faz referência a mais outra lenda, bem distinta da anterior e meio macabra até. Leiam que vocês irão compreender! (^-^~) Espero que gostem!
Leia Mais...

------------------------------
O Mistério da Cerejeira
-------------------------------

Eu odeio árvores de cerejeira...

Aquela cor das pétalas que parecem ter sugado sangue, aquela casca do tronco áspera que faz você pensar no cadáver de um homem que morreu de inanição... E acima de tudo, à sombra daquele tronco,ela parece estar esperando agora mesmo... Por um novo sacrifício...

Por que os adultos fazem festa em volta daquela coisa? Não posso entender. Ah... é tão irritante lembrar disto. Mesmo depois de tantos anos desde o que aconteceu, mesmo estando chegando ao meu fim, não posso afastar aquele incidente das minhas memórias.

Era primavera e eu tinha entrado no ensino médio. No meu caminho de volta para casa eu passava habitualmente por uma rua com várias árvores de cerejeira dispostas ao longo da margem de um rio junto com o meu amigo de escola, o K, quando vimos uma árvore de cerejeira que nunca tínhamos notado antes, a qual não tinha desabrochado nenhuma flor e parecia ter apodrecido.

Paramos em frente daquela árvore. ‘Oh, esta árvore já está morta. Vai ser melhor se eles a cortarem logo’, disse K e deu um pontapé na árvore. Eu não disse nada, somente olhava mas K foi novamente e ”Puf!” arrancou um galho fino daquela árvore de cerejeira; naturalmente pensei que seria ruim, portanto eu disse ‘Vamos embora’, chamando por K que mantinha o galho fino quebrado na sua mão mesmo ao sair de perto daquelas árvores.

No cruzamento em frente à livraria dissemos ‘Tchau. Te vejo amanhã’ e separamo-nos até a manhã seguinte mas eu fiquei com uma sensação de culpa, então, virei e disse ao K: ‘é melhor você jogar isto fora’. Mas acabei duvidando dos meus próprios olhos. O galho fino que o K levava pareceu muito com um braço humano. “Ah..!” Embora dito em uma voz baixa, o K deve ter-me ouvido.

‘O que?’ ele virou-se para mim. O que K segurava voltou a parecer novamente e sem sombra de dúvida o galho fino que fora quebrado mais cedo.

No dia seguinte, K não veio para a escola. Eu perguntei ao professor:

‘Aconteceu algo com o K?’

O professor respondeu:

‘Sim. Na verdade… nós recebemos uma ligação da mãe dele. Ele está desaparecido desde a noite de ontem. Vocês estavam juntos ontem quando voltavam para casa, certo? Você sabe de algo?’

‘Eu… eu não sei de nada.’

Com a minha resposta, o professor disse 'Entendo. Bem, se você lembrar algo, diga-me’, então partiu. Fui incomodado todo o dia por ele – para dizer ou não, sobre aquela árvore de cerejeira, mas no fim pensei: ‘e se ele se zanga de mim?’ Pensando dessa forma, não disse nada e apenas deixei as coisas como elas estavam e fiquei esperando aquele dia na escola acabar.

Por alguma razão ou outra, com sentimentos ruins eu fui para casa pelo caminho que segue por detrás do edifício da escola, mas quando me aproximei daquelas árvores de cerejeira, fiquei assombrado. Quando passei por ali de manhã, aquela a árvore de cerejeira estava como antes, murchada e apodrecida, mas durante só algumas horas depois do que havia acontecido, várias flores haviam desabrochado.

‘Como isso pode acontecer...?’

Fiquei aterrorizado, então fui para casa o mais rápido que eu pude, me confinei no meu quarto e me cobri na cama, tremendo de medo. Nem mesmo na hora da janta eu desci, então minha mãe ficou preocupada e veio chamar, mas recusei: ‘Não me sinto bem. Não quero comer.’ Tive tanto medo que não consegui nem dormir. Só fiquei esperando a manhã chegar.

No dia seguinte ...

(...)


Amanhã a sequência. Fiquem de olho! (^_~)

domingo, 17 de maio de 2009

Isshi's novels – Uma pétala (parte 3/3)

Oiê!! Ficaram curiosos quanto ao que estaria acontecendo ao redor da árvore? Pois bem, matem a curiosidade agora! >D Fiquem com a parte final da história deste fim de semana.
Leia Mais...

-----------------
Uma Pétala
-----------------

(...)


O homem respondeu:

“Não, é que havíamos decidido que esta árvore deveria ser cortada mas fazer isso é mais difícil do que pensávamos.”

O rapaz disse a si mesmo

“É uma esplêndida árvore... é uma pena...”

A garota pareceu sentir a mesma coisa. Os dois retornaram para casa com as suas cabeças baixas e com um sentimento de desolação.

Naquela noite, quando o jovem rapaz foi para cama, a garota começou a falar timidamente:

“Querido, eu tenho algo para dizer a você”

“O que é? Diga-me."

“Eu preciso dizer adeus.”

Ouvindo tão terríveis palavras, o rapaz levantou-se e ficou de frente a ela:
“Como?! Tão de repente... Aconteceu alguma coisa?”

Com isso a garota respondeu escondendo o rosto repleto de lágrimas:

“Eu... eu tenho mentido para você esse tempo todo. Você pode não acreditar, mas eu sou o espírito daquela árvore. Eu sempre estive observando-o quando você ia visitar o Jizo sagrado, mas sem que eu me desse conta, me apaixonei por você por vê-lo ser sempre tão gentil... eu sabia desde o início que meu desejo não poderia tornar-se realidade, mas não pude conter os meus sentimentos, então vim até você. Desde o início... eu sabia que poderia acabar desse jeito.”

Enquanto ela dizia estas palavras, uma fraca luz envolvia o seu corpo.

“... Espere... eu entendo que você é o espírito daquela árvore mas... por que temos que nos separar? Eu não desejo isso. Se espírito ou não, você é você. Por favor, fique comigo.”

O rapaz estava chorando, mas a imagem da garota já havia desvanecido; só uma flutuante pétala de flor de cerejeira restou dela.

Com aquela pétala na sua palma, o jovem rapaz que esteve soluçando, pôde ouvir a voz fraca da menina:

‘Se ao menos eu pudesse … eu também quis ficar com você para sempre. Contudo … este é o destino. O tempo que passei com você é muito precioso e nada irá mudar isto. Mas de agora em diante continuarei zelando por você. Por favor, não se esqueça de mim. Antes que eles cortem aquela árvore de cerejeira, tome um galho fino dele e o coloque na sua casa. Isto o fará lembra-se de mim, assim por favor, cuide dele. Eu sempre vou estar… perto de você...’

A voz da garota desvaneceu-se completamente, apenas a voz do rapaz chorando ainda ressoava.

Como lhe foi dito, ele pegou um galho da árvore e o colocou em um jarro no canto da sua casa.

Posteriormente, o rapaz nunca mais viu a menina novamente e nem ouviu a sua voz outra vez, mas durante a sua vida inteira, não importava como as estações se modificassem ou quantos anos passassem, o galho fino nunca murchava e continuamente, permaneceu florescendo lindas flores de cerejeira.

Fim.


(^___^) Obrigada a todos pela atenção! Continuem acompanhando! Fim de semana que vem teremos mais historinhas misteriosas envolvendo esse símbolo que tanto nos encanta: a árvore de cerejeira !!

Beijos a todos !! E um bom fim de semana!(^3^)/~

sábado, 16 de maio de 2009

Isshi's novels – Uma pétala (parte 2/3)

Oi pessoas!! =D/~

Trago a continuação da terceira história! O tempo passa rápido não é mesmo? Então, só pra relembrar e situar melhor vocês, na primeira parte, o moço que vivia sozinho numa cabana ao sopé de uma montanha havia recebido uma visita inesperada na calada da noite que muito o surpreendeu; Vocês, por acaso, tem noção de quem ou quê seja? Confiram agora =D
Leia Mais...

------------------------
Uma pétala
------------------------


(...)


Havia uma belíssima e muito bem vestida garota, em pé, sozinha, olhando pra ele.

“Por favor, perdoe-me por chamar tão tarde... Hoje eu fui procurar pela minha mãe, de quem me separei quando era criança, mas agora estou perdida; e pra piorar as coisas, o sol se pôs. Já estava pronta para ir dormir no campo, mas como aconteceu de eu ter visto a luz vindo desta cabana, vim até aqui. Você pode estar confuso, mas poderia, por favor, deixar-me passar a noite aqui?”

O jovem rapaz que apenas ficou de pé, olhando atônito de início, ao ouvir a história da garota, sentiu muito por ela e, gentilmente ofereceu-lhe estadia.

“Eu não possuo nada, mas por favor, fique à vontade.”

Ele deu à garota o futon no qual sempre dormia, enquanto ele próprio passou a noite encostado ao canto, no chão.

Na manhã seguinte, o jovem foi acordado pela primeira vez em muitos anos pelo cheiro de sopa miso quente.

“Por favor, perdoe-me por ter entrado na cozinha sem perguntar. Espero que goste disto...”

A garota deu a ele a sopa miso que havia acabado de preparar.

“Não, não, não se preocupe. Sou eu quem precisa pedir perdão por não ter nada pra comer...”

Depois de tomar um golinho da sopa miso, ele perguntou à menina:

‘Você disse que procurava sua mãe, mas você tem alguma pista?’

Com esta pergunta, o rosto da menina encobriu-se de nuvens e ela respondeu:

‘De fato só ouvi que talvez ela estivesse vivendo em algum lugar mas não tenho nenhuma idéia quanto a onde poderia ser este lugar, portanto só estive perguntando por aí …’

‘Entendo … Isto é um verdadeiro problema.’

O jovem rapaz juntou as mãos e ponderando, logo fez à menina esta sugestão:

“‘O que você diria se descêssemos à aldeia uma vez durante alguns dias e perguntassemos juntos às pessoas ao redor? Contudo, é perigoso para uma menina estar viajando sozinha, assim se estiver tudo bem, você pode ficar aqui quanto tempo quiser.’

Ao ouvir isto, o rosto da moça que tinha ficado turvo, iluminou-se e ela agradeceu ao jovem muitas vezes, e então logo pegou um pouco de sopa miso e também começou a tomar.

Depois de algum tempo os dois se apaixonaram um pelo outro e espontaneamente trocaram votos e viraram marido e mulher. A moça procurava sua mãe sempre mas, como ela não pôde encontrá-la, nem mesmo pistas do paradeiro, tanto ela como seu marido conseqüentemente ficaram sem idéias. Depois de exatamente um ano desde que ela tinha aparecido, o rapaz notou algo estranho. Por alguma razão misteriosa, como já acontecera na primavera passada, pétalas de flores de cerejeira caiam de algum lugar sobre a cabana de ambos de vez em quando.

‘Como é estranho, não é?’

Como este não foi um evento muito perturbador, ele não deu atenção especial a isto, mas a cada vez que ele encontrava pétalas de flor, ficava se perguntando.

Depois disto mais três anos passaram. A menina pareceu ter deixado de procurar sua mãe pois não o fazia mais com zelo; eles até não desceram mais juntos à aldeia tantas vezes como antes, mas os dois, mesmo pobres, viviam uma vida feliz e nunca esqueceram de exprimir a sua gratidão, portanto eles usavam cada dia para ir ver o Jizo sagrado e rezar.

Um dia, quando eles foram juntos, como sempre, ao lugar do Jizo sagrado, eles encontraram uma multidão lá. O jovem foi em direção a um homem que via a árvore de cerejeira e rosnava algo e perguntou:

‘Algo está acontecendo? Por que todo o mundo está aqui?’


(...)


(*-*~) huhuhu

Beijos!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Shu - Letras e traduções oficiais

Olá! :3
Hoje vim trazer as scans do encarte da versão européia do Shu. No encarte contém todas as letras romanizadas acompanhadas da tradução oficial em inglês.
Olho no lance! -q

Scans by lesyeuxjaunes

As scans estão na ordem correta. E por hoje é só!
Beijos! :*

domingo, 3 de maio de 2009

Isshi's novels – Corrida de 3 pernas (parte 2/2)

Olá again! \(^o^)

Aqui o final da “Corrida de 3 pernas”. No último post a mãe do nosso protagonista tinha algo para falar mas que estava escondendo. Sem mais delongas, fiquem agora com a continuação!
Leia Mais...

--------------------------------

Corrida de 3 pernas

--------------------------------


“Parece que seu pai tem câncer...” disse ela em uma voz muito baixa, enquanto olhava para o tapete no chão. “Por muito tempo o estado de saúde dele esteve ruim, mas ele nunca disse nada sobre isso e apenas resistiu. Somente agora quando foi feito um exame que foi descoberto o câncer... e parece que ele vinha sofrendo todo esse tempo... até o médico disse “como você pôde deixar que isso tomasse esse rumo?” e foi por isso que pedi para que você voltasse para casa...”

A confissão da minha mãe foi tão repentina que por um momento senti como se meu coração parasse. Eu fiquei extremamente preocupado. Foi então que ela disse “Mesmo sendo descoberto só agora, parece que ainda há cura, mas, entenda que mesmo que ele saia do hospital, ele vai ter que voltar lá algumas vezes durante a semana... quando isso acontecer você poderia continuar trabalhando na loja no lugar de seu pai? A loja é o que mais o preocupa, então... você poderia levar a loja adiante?”

Com essas palavras totalmente inesperadas da minha mãe, eu mergulhei em silêncio.

Ela levantou-se lentamente e colocou a foto no lugar.

“Foi porque ele me disse que jamais, por nada no mundo, eu deveria contar isto a você que eu mantive o silêncio mas... a perna do seu pai ficou debilitada por que ele protegeu você”

“O que a senhora está querendo dizer?” perguntei com uma voz um pouco irritada.

“Você provavelmente não lembra por que ainda era muito pequeno, mas na infância, enquanto você estava brincando na frente da nossa casa, correndo atrás de uma bola que escapou, você pulou no asfalto bem na hora em que um carro estava vindo. O carro quase atropelava você, mas seu pai...”

Enquanto ouvia isso, as memórias guardadas bem dentro da minha mente sobre este momento, vagamente iam voltando. Aquele evento foi demais para mim, que era muito jovem, então guardei tudo sobre o acidente de forma inconsciente no fundo das minhas memórias. Foi isso mesmo... eu fui salvo pelo meu pai....

Quando eu me dei conta disto, estava diante de um imenso vazio e lágrimas rolaram pela minha face.

“Foi por isso que partiu o meu coração quando você ficou com raiva pelo seu pai não ter sido capaz de correr com você na “corrida de três pernas”... mas para o seu pai deve ter sido bem mais dolorido. Ele realmente queria correr junto com você... com a perna dele amarrada à sua como uma só, ele realmente quis correr com você...”

Isso foi tudo o que ela disse e, com uma das mãos sobre os lábios, desceu as escadas.

Eu olhei para a foto por um momento, mas o aroma da especialidade da minha mãe “cavala cozida no miso” alcançou-me, então desci as escadas também e fui até a cozinha, onde ela estava e disse-lhe:

“Eu... vou cuidar da loja”

Sem olhar para mim, ela apenas disse

“Tudo bem.”

Amanhã eu vou ver o meu pai. E vou dizer isto a ele: “Pai, de agora em diante, nós vamos estar realmente juntos, correndo a três pernas”

Eu senti que, com a minha mente agora vazia, o som da minha mãe cozinhando vegetais se tornou mais alto.


(Fim)


Isso é tudo por hoje gente!


Até a próxima! (^___^)/~

sábado, 2 de maio de 2009

Isshi's novels – Corrida de 3 pernas (parte 1/2)

Olá para todos! (^__^)/~

Aqui é a Sammy de novo com uma nova historinha do Isshi. Como havia dito antes, ela fala sobre um relacionamento entre pais e filhos. Eu achei ela super doce. O que será que vocês vão achar? Leiam e continuem comentando por favor! (^^~)
Leia Mais...

----------------------------------------

Corrida de 3 pernas

----------------------------------------


Eu odiava meu pai. Reticente, sem vontade de prosperar, sempre sujo com graxa... Eu estava pensando no fundo do meu coração que tudo o que eu não queria no futuro era ser um pai como ele.

A minha família possui um pequeno e independente negócio – uma loja de bicicletas, onde meu pai sempre esteve trabalhando das dez da manhã às sete da noite, fazendo reparos em correias que saíam dos trilhos, emendando buracos em pneus e coisas semelhantes. Como eu odiava ter tal imagem de um pai, quando voltava da escola, evitava a entrada principal que também era a entrada da loja e usava a porta dos fundos para ir e vir. Até mesmo depois que me formei do ensino médio e fui estudar em uma universidade em Tóquio tendo que vir posteriormente trabalhar aqui, meus sentimentos não mudaram.

Eu acho que comecei a odiar meu pai na época em que eu estava nas primeiras séries do primário. Na minha escola, no dia das crianças (5 de maio), havia a “assembléia das carpas” um tipo de competição de atletismo e dentre as competições em que os pais também participavam, havia uma competição chamada “corrida de 3 pernas”. Normalmente as crianças participavam com seus pais, porém, como o meu pai havia sofrido um acidente a muito tempo atrás e tinha comprometido a sua perna direita, eu corri na competição junto com a minha mãe.

Isso aconteceu no primário e eu ainda não sei dizer se foi algo bom ou ruim.

“Por que você corre com a sua mãe?”

“É só você quem corre com sua mãe! Você não faz nada sem a mamãezinha do lado?”

Tais perguntas vinham dos meus colegas de classe que não sabiam sobre as condições da perna do meu pai, porém, eu comecei a guardar ressentimentos contra ele por isso e o culpava por tudo. Meu pai sempre ficava em silêncio e pra mim, que era muito jovem na época, apenas dizia ”mesmo que você me culpe, não há nada que você possa fazer sobre isso.” Com esse dilema, a raiva que eu tinha que não sabia para onde direcionar, só pode converter-se em uma ira silenciosa e sem sentido contra ele.

O motivo pelo qual estou relembrando disto agora é que eu recebi uma ligação da minha mãe dois dias atrás, ao entardecer, me dizendo que meu pai havia sido hospitalizado e perguntando quando eu poderia voltar para casa. Parecia que meu pai com sua perna debilitada, enquanto voltava de uma visita às flores juntamente com a associação dos moradores, cometeu um pequeno deslize e caiu batendo a cabeça seriamente e agora ele estava muito preocupado por que teria que passar algum um tempo no hospital.

As desagradáveis memórias da minha infância vieram à tona repentinamente, então suspirei e, enquanto rosnava “tsk! Ah cara!” disquei o número da estação de Tóquio e comprei uma passagem para o primeiro trem com destino a Shinkansen programado para a manhã seguinte.

Buscado pela minha mãe na estação, eu estava agora, depois de um longo tempo afastado, voltando para a casa onde para mim tudo era sombrio e como sempre, cheirava a óleo. Subi as escadas e fui para o quarto onde eu passara os primeiros 18 anos de minha vida e, quando sentei na cadeira da minha escrivaninha que ainda estava repleta de anotações, eu reparei em uma fotografia que não tinha visto antes sobre ela. Eu peguei o porta retrato que a continha e estava olhando para a foto, quando minha mãe se aproximou e disse: “esta foto que você vê, está aí por que seu pai pediu para que eu colocasse”.

Eu estava na foto. Foi tirada durante o ensino médio e nela eu estava sorrindo e mostrando um prêmio que certificava que eu tinha ganho um concurso a nível de prefeitura.

“Por que ele pediu isto?”

Eu entreguei a foto à minha mãe

“Seu pai estava realmente feliz. Bem, ele não tinha como correr, não é? Por isso ele realmente amava vê-lo correndo” disse ela inclinando o queixo e encostando-o na mão direita com as sobrancelhas um pouco soerguidas.

“Hmm.. Entendo… então, como ele está?”

Quando eu perguntei sobre a condição de meu pai, minha mãe sentou-se na cama e respondeu-me com um olhar sombrio:

“A pancada que ele levou na cabeça não foi nada sério, mas ele provavelmente não poderá voltar para casa por um algum tempo...”

Ouvindo essas palavras eu ajeitei a cadeira e então pude olhar nos olhos dela e perguntar:

“Há algo de errado?”

O olhar da minha mãe foi ficando cada vez mais enegrecido.



(...)



E com isso eu fico por aqui encerrando o post de hoje! xD

Peço desculpas por interromper logo em um momento tão alto da narrativa. Mas vocês realmente não perdem por esperar. Com relação ao final eu só posso adiantar uma coisa: Tenham fé! Teremos um desfecho melhor do que os das novelas da globo! ;D

Kissu x*

domingo, 26 de abril de 2009

Isshi's novels - Shiro (parte 2/2)

Oi gente! Aqui é a Sammy mais uma vez. E como prometido trago a segunda parte da história do relacionamento entre um garotinho e o seu cãozinho de estimação Shiro.

No final da primeira parte, Shiro havia sumido da casinha deixando nosso protagonista extremamente triste. Mas eis que na manhã seguinte ele viu algo estranhamente familiar no lugar que... bem... não deveria estar vazio? O que ele terá visto? Fiquem agora com a segunda parte.
Leia Mais...

----------------------

~ Shiro ~

----------------------


– 2ª parte –


“Shiro!!” exclamei. Com isso, aquela bola de pelo cor de creme levantou lentamente, saiu da casinha, deu uma sacudida e, como se nada tivesse acontecido, voltou para a sua casinha. Eu corri para avisar ao meu pai para consertar a corrente que Shiro havia quebrado. Eu estava aliviado e irritado ao mesmo tempo, então ralhei com ele, mas Shiro simplesmente me deu as costas não reagiu.

Posteriormente, isso voltou a acontecer algumas vezes por ano. Mas como Shiro sempre voltava para a sua casinha na manhã seguinte, nós não nos preocupamos mais com os seus sumiços. “Ele deve ter uma namorada na vizinhança e por isso sai para vê-la” disse minha mãe rindo, mas eu não achei isso tão engraçado assim.

Enquanto eu estava no meu segundo ano na escola secundária, uma pequena mudança se deu nos hábitos do Shiro. Costumeiramente ele desaparecia e depois voltava para a sua casinha pela manhã, mas na primavera, quando as flores da árvore de cerejeira floresceram, por alguma razão, ele se aproximou do tronco da árvore e dormiu lá. No início eu fiquei surpreso, mas, como não houve nenhuma alteração na base do tronco da árvore, meu pai disse: “talvez por causa do tempo ele ache aquele lugar melhor”; eu concordei e não pensei mais que isso fosse algo estranho.

Depois daquilo algumas primaveras se passaram. Como eu já tinha passado da fase da adolescência, o ambiente na minha casa mudou muito. Eu não falava tanto mais com meus pais e o tempo que eu passava com o Shiro diminuiu bastante. Foi como se todas as coisas em casa tivessem ficado como o ar. Os passeios com o Shiro que eu deveria fazer, a comida e o banho que antes eram minha responsabilidade tornaram-se tarefas da minha mãe. A única coisa que não havia mudado foram os hábitos do Shiro. Ele desaparecia normalmente na noite e dormia até de manhã aconchegado perto daquele tronco de árvore de cerejeira.

Na primavera em que me graduei do ensino médio e falhei na primeira tentativa de passar no vestibular, um pequeno incidente aconteceu. Foi decidido que a árvore de cerejeira, a única coisa que o Shiro mais amava, seria cortada. De todas os motivos, a razão maior foi a que os galhos estavam muito longos e estavam atingindo a garagem da casa ao lado. Diante do fato de que a árvore de cerejeira seria eliminada, eu só disse “É mesmo? Entendo” e não tive nada em particular contra isso. Quando voltei para casa um dia, o cenário havia mudado um pouco pra mim. Só isso e mais nada. Contudo, minha mãe falou que quando meu pai estava cortando a árvore, Shiro latia o tempo todo. “Você realmente gosta daquela árvore não é? Que coisa terrível de se fazer... eu sinto muito” murmurava ela enquanto acariciava a cabecinha dele gentilmente. No dia seguinte meu pai mudou a casinha de cachorro para o lugar em que antes ficava a árvore de cerejeira. Com certeza minha mãe quem sugeriu que ele fizesse isso. Como o lugar em que a árvore fora plantada era distante da entrada, a distância entre mim e Shiro ficou maior.

No ano seguinte, depois de ter passado uma vida de ronin* por um ano e ao final ter conseguido aprovação no vestibular da universidade de Tokyo, eu disse adeus à minha casa onde vivi por tantos anos, à minha família, ao Shiro e deixei a cidade sozinho. Posteriormente de uma forma ou de outra, eu vivi minha vida como um estudante, então de uma forma ou de outra consegui um emprego e, pondo de um modo legal, eu passei a viver a minha vida em sua completude. “Até que eu queira voltar à minha cidade natal, devo viver como se isso fosse um prazer”.

A ligação da minha mãe veio exatamente durante esta época. Do outro lado da linha, ela estava chorando. Shiro havida falecido. Eu me dei conta de que, depois de saber da morte do Shiro, eu havia esquecido sobre ele. Senti-me terrivelmente triste mas não chorei e depois de ter dito a ela que eu poderia ir para casa no final de semana, lentamente pus o telefone no gancho.

Quando cheguei em casa, Shiro já tinha sido enterrado próximo ao tronco da árvore de cerejeira que ele tinha o costume de se aconchegar. A causa da morte foi velhice.

Diante da pequena pedra posta como lápide, tinha só um filtro de cigarro enfiado na terra.

“É mesmo... Já faz quinze anos desde aquilo”

Eu estava revendo meus pais depois de um longo tempo e, como falávamos de nossas memórias com Shiro, meu pai tirou seus óculos e com um ar grave nos olhos, disse “eu sabia o tempo todo. Veja bem, aquela árvore foi plantada lá no ano de seu nascimento. Tenho certeza de que Shiro estava zelando por você. Cortar aquela árvore daquela forma deve ter causado muita tristeza ao Shiro... eu realmente fiz algo terrível. Como eu pude me esquecer daquilo? Shiro esteve zelando por você o tempo todo...”

Como ele disse aquilo repetidas vezes, por alguma razão, eu e minha mãe mergulhamos em um profundo silêncio.

Depois de voltar para minha casa em Tokyo no dia seguinte, de alguma forma ou de outra eu comecei a viver minha vida diária da maneira que costumava viver antes de mudar. Mas, apesar de eu não ter intenção de deixar o tipo de vida atual para trás, de repente eu me vi encarando o fim. Inesperadamente recebi a notícia de dispensa. Por isso, decidi no fim voltar para minha cidade natal e procurar um emprego lá. Onde estava, vivia uma vida da depravação.

Depois de passados dois meses, os ventos anunciadores da primavera começaram a soprar lá fora e isso me deprimiu ainda mais por que eu já não tinha mais vontade de fazer nada. Como eu estava na minha antiga casa, não tive problemas em conseguir comer, mas contrário ao sentimento de que eu deveria fazer algo, minhas pernas simplesmente não queriam me levar para fora de casa.

Em uma manhã eu estava tentando voltar a dormir quando pensei ter ouvido o choro de um cão vindo do lado de fora. ”Hã?” pensei e tentei escutar cuidadosamente. Eu realmente ouvi algo.

Calcei meu chinelo e, depois de muito tempo, saí de casa. No entanto, não havia nenhum rastro de cão em nenhum lugar. Assim, de alguma forma, eu me vi diante do tronco da árvore de cerejeira que estava em frente ao túmulo do Shiro.

Foi quando pela primeira vez depois da sua morte, eu chorei.

Chorei em voz alta.

No tronco da árvore que foi cortada eu pude ver pequenas flores desabrochando.

E aquela foi uma tarde limpa tendo a brisa da primavera a soprar.

(Fim)


*Ronin: Samurai errante que não foi aceito por um senhor feudal ficando, portanto, sem um destino certo, virando dessa forma, como uma espécie de peregrino. Quando um jovem japonês não consegue passar na primeira tentativa em um vestibular, a sociedade atribui-lhe o referido termo por analogia.

É isso gente. Espero que tenham gostado desta singela história. Fim de semana que vem tem mais. A segunda história foca um relacionamento entre pais e filhos e se chama “Corrida de três pernas”.


Até lá! (^^)/~

 
Kagrra, Unofficial Fansite ©2007/2011 | Layout by Isshikun