Sem mais delongas, aqui vai a continuação da quinta história: “Sem Nome”.
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Viramos as prateleiras da sala de pernas para o ar, procurando as cifras de Mr. Children sussurrando “Mr. Children, Mr. Children, Mr. Children” todo o tempo como um encantamento estranho.
‘Aa, encontrei!’ A coisa que Ryo segurava nas suas mãos era a cifra usada de Mr. Children. Escolhemos as canções que sabíamos e pelo critério de “tempo mais lento”, decidimos executar a canção “Tomorrow Never Knows”.
Em primeiro lugar, cada um de nós ficou com uma cópia da música e, depois que foi decidido que durante uma semana deveríamos praticar individualmente, voltamos para nossas casas ligeiramente deprimidos (exceto por Ryo, que tinha um sorriso no rosto) mas, naquela ocasião a raiva do Ryo, que estava metade otimista, metade irresponsável, com a sua cara "completamente apaixonado", veio à tona mais uma vez. ‘Realmente devíamos bater nele novamente …’ pensamos, lamentando por não termos feito.
A semana seguinte, nós quatro tentamos pela primeira vez sincronizar os sons mas era cedo demais para parecer com música, era algo mais parecido com algo pior do que o som mais aborrecedor da terra e resultou que o professor conselheiro, que nunca antes havia passado naquela sala, veio até nós bramindo:
‘Façam isto em outro lugar!!'
‘Todos presentes!’ paramos mas pensamos: ‘Hum? Este não é o objetivo desta sala?’ As palavras cuja significação não pudemos entender nos deram um fim terrível à nossa tentativa, e nos faziam encolher os nossos ombros, pensamos 'não podemos fazer isto assim …’ e porque não tivemos nenhuma escolha, fomos ao estúdio que os mais velhos estudantes usavam para praticar. Lá: ‘você estão estragando o ritmo.’
‘Quê?? Vocês com certeza não podem tocar instrumentos!’
Em cada lugar de prática que fomos, reclamavam tanto de nós ao ponto de ter-se transformado em algo como “a grande reunião de palavras ásperas”, assim no fim, Ryo disse algo como: ‘Eu…talvez deva fazer o karaokê …’, carregando a raiva de todos e direcinando-a a ele.
‘Bem, não é principalmente por sua culpa que chegou a esse ponto?’
‘Isto é verdade… Estamos fazendo isso por sua causa.’
‘Você e a suas malditas roupas da moda!’
Ficamos sempre fazendo repreensões como se tivéssemos pouco o que fazer com a banda, por isso Ryo disse quase chorando:
‘Vamos lá, vai ficar tudo bem, de um jeito ou de outro.’
‘Está certo. Vamos fazer o possível!’
‘A sua roupa é a mais legal apesar de tudo!’
Nos animamos, embora não soubéssemos o que aconteceria conosco. Então o Ryo veio outra vez: ‘Ultimamente… não tenho estado tão bem com ela, sabem..’ Ele queixava-se do relacionamento que tinha com a namorada. O resultado disso foi que o estúdio onde se supunha que nós estivéssemos praticando, rapidamente se transformou na “ sala de consulta de situações amorosas do Ryo.” (Sim! Fomos idiotas completos!)
Todavia o dia do festival chegava cada vez mais perto… estivemos realmente com problemas, assim, engolindo a nossa vergonha, nos aproximamos dos mais velhos estudantes e, três dias antes do festival, fizemos algum progresso no qual a nossa canção ficou em um estado que podia ao menos ser ouvida.
No dia do festival tinha sido decidido que deveríamos entrar primeiro. Foi Sugishita, o cabeça do clube, quem decidiu a ordem. ‘Será provavelmente mais fácil para vocês se não houverem muitas pessoas no público’, disse-nos; era óbvio que o aviso foi apenas a sua exigência subentendida de “ terminem rapidamente e dispensem-nos de demasiada vergonha”.
Estávamos todos pensando ‘Malditos! Vamos fazer papéis de tolos e estamos até indo mostrar pra vocês!’, mas ao mesmo tempo pensávamos ‘Ah, obrigado. Agradecemos muito’, porque realmente fomos lastimáveis.
Nós quatro nos reunimos na sala pela manhã e praticamos pela última vez. Entraríamos no palco logo, quando Ike perguntou:
‘A propósito, o nome da nossa banda não foi decidido ainda, não é?'
Este problema óbvio tinha escapado da mente de todos.
‘Ah, certo. Nunca pensamos nisso’ disse Kattsu.
E logo sentindo os sinais da atmosfera de tolices habituais pairando sobre nós, eu disse: ‘Ah, então, então, como é? Não há nenhuma banda com tal nome, portanto sugiro “Sem Nome”.
Aquilo foi a primeira coisa que veio à minha cabeça, mas surpreendentemente todo mundo disse: ‘isto é muito legal. Sem Nome.’
‘Sim, acho também.’
‘Okay, então somos os “Sem Nome”.’
Deste modo, o nome da nossa banda foi decidido. Bem na hora que ficamos animados com isso, ouvimos a voz do nosso líder do clube: ‘É a vez de vocês, caras.’
O resultado foi o seguinte: no público haviam quatro pessoas, a nossa apresentação durou quase cinco minutos (isto incluiu o péssimo MC de Ryo) e, por causa do nervosismo pus acabei pondo muita força e duas cordas da minha guitarra terminaram quebradas. Por causa do mesmo nervosismo, Kattsu derrubou três palhetas. E quando uma das baquetas de Ike deslizou por causa do suor, num piscar de olhos, pôs fim ao nosso primeiro e terrível live juntamente com os escassos aplausos. Contudo, tendo provado a excitação de estar no palco e a alegria e a sensação de realização, a nossa banda tola “Sem Nome” participou do festival do ano seguinte também, e então também no outro ano e assim, quando olho pra trás,vejo que passamos três anos fazendo nada mais além de tocar na banda.
Depois da realização última apresentação da nossa vida de estudantes, nós quatro pensamos: ‘vamos marcar algo com o nome da nossa banda.’
Esculpimos “Sem Nome” no tronco da árvore de cerejeira que ficava bem na frente da entrada principal da escola e tiramos fotos lá.
Posteriormente tomamos caminhos diferentes na vida; contudo, para melhor ou para pior, foi indubitavelmente verdadeiro que tínhamos passado “os melhores dias da juventude que nunca viveremos novamente”, por isso gosto de relembrar ocasionalmente as memórias daquele tempo que estão impressas no meu coração.
Isto ocorreu-me só agora mas penso que o nome da nossa banda – Sem Nome – foi uma expressão bastante exata do tempo da nossa juventude. É difícil pôr em palavras ou encontrar um nome para o que você sente quando você é jovem, imaturo e cheirando a suor. Mas de qualquer maneira por causa disto, um tempo que passou como uma rajada do vento não precisa de tal coisa como um nome.
Exatamente por causa disto, para que o coração nunca esqueça, isso vem inesperadamente à tona na mente.
Mesmo agora o tempo da nossa juventude ainda pode ser gravado como “Sem Nome” naquela árvore de cerejeira como uma memória da eternidade. Pensando nessas coisas, estendo a mão ao telefone e disco os números daqueles de quem sinto tanta saudade.
(end)
(^___^) aeee! Com isso chegamos ao final desta história. A próxima é uma pequena reflexão do Isshi sobre como ele pensava à epoca que escrevia estes contos. A próxima será um conto sobre.. ele mesmo! xD
Beijos, pessoal! (^3^)/
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