sábado, 13 de junho de 2009

Isshi's novels – 1º de Abril (Parte 1/2)

Bom, é isso aí galerë.

Este será o último post de histórias do Isshi. Como havia dito antes, foram sete ao todo. Todos os finais de semana estive postando estes pequenos contos. Daqui pra frente trarei traduções diversas que encontrar e puder fazer. Os créditos das histórias ficam para lesyeuxjaunes que disponibilizou todas em seu LJ. Obrigada aos que acompanharam e se emocionaram assim como eu. Fiquem agora com a primeira parte da sétima historinha entitulada "Primeiro de Abril".
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1º de Abril – Dia do Tolo.
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Estou andando agora sozinho em direção àquele parque ao lado do riacho, num caminho que já estou acostumado usar.

‘Vamos terminar... Eu sinto muito. Obrigada por tudo.’

‘Que tipo de brincadeira é esta? Ah, entendi... Hoje é o Dia do Tolo, certo?’

Com as suas palavras repentinas, pensei no início que devesse ser apenas mais uma das suas pegadinhas habituais, mas pelo seu olhar sério, diferente do que costumava ser, compreendi que aqueles eram os seus verdadeiros sentimentos:

‘Eu entendo… Se você diz assim, então não há nada para ser feito. Eu Entendo’ respondi e depois que aceitamos o fim, a vi partir.

Foi em primeiro de Abril de 1999. Aquele dia foi o seu 19º aniversário.

Aconteceu na época em que teria completado três anos desde que eu tinha começado a namorar Orie.

Éramos colegas de classe durante o ensino médio. Eu era do clube de beisebol, onde ela mantinha a posição de líder. No início eu não gostei de Orie. Ela tinha uma bela aparência mas era reservada e não muito sociável; além disso, porque ela era freqüentemente ausente da escola, todo o mundo perguntava: ‘como que ela é a líder?’

Como a história inteira é sobre como uma garota que nem ela e alguém como eu começamos a namorar, então bem, ela começa quando um dia, depois da aula, depois de até ter terminado de praticar beisebol, voltando ao vestiário do clube para mudar a roupa pelo uniforme da escola, lá estava Orie, sentada em uma cadeira, costurando o número de cada jogador nas costas dos uniformes; quando ela me viu, exclamou algo em voz baixa e, quando vi que a sua face ficara vermelha, pensei: ‘Ela é realmente bonita, não é?’ Daquele dia em diante, comecei a gostar dela ao ponto de sempre procurá-la para estar com ela; agindo deste modo até durante a prática de esportes, eu não era capaz de fazer simples bolas mosca e nem pegá-las mais, então, como não podia suprimir as minhas emoções, chamei Orie durante o intervalo de almoço e confessei os meus sentimentos para ela.

A Orie recebeu a minha confissão sem objeção e daquele dia em diante ficamos juntos; por conseguinte, costumávamos ir juntos por um caminho diferente da escola para casa, tomando um caminho alternativo de propósito e nos feriados íamos juntos ao parque de diversões ou ao jardim zoológico, gastando tempo um com o outro como qualquer casal.

Durante o tempo que se estendeu até a graduação, em parte por causa do seu comportamento com abandono e na maior parte por causa da sua personalidade egoísta, ela costumava repetir soluçando que devíamos romper, mas eu pedia desculpas e nos reconciliávamos sempre. Contudo, por eu também ter hábitos de que não posso livrar-me com facilidade, uma briga aconteceu durante o segundo semestre no último ano da escola depois de uma orientação dada pelo conselheiro de classe, quando Orie disse: ‘se você for para Tóquio, então estamos separados.’ E, sem dar ouvidos ao que tinha para dizer, ela andou pelo corredor impetuosamente. Eu somente disse a mim mesmo: ‘o que há com ela afinal... Não faço idéia...’

Aproximadamente dois dias passaram sem falarmos um com outro, mas ao final da tarde do terceiro dia recebi uma chamada de Orie: “Me desculpe, Fumihiko... é só que, se você for para Tóquio, não serei capaz de vê-lo e não posso suportar a idéia...’ dizia ela chorando.

‘Ora, vamos, vai ficar tudo bem. Estarei de volta aqui nos fins de semana e você também irá à Tóquio, certo? ’ Eu acalmei ela e então marcamos para encontrar-nos no dia seguinte no horário de sempre no mesmo parque, para que pudéssemos ir à escola juntos.

Mesmo depois de eu ter entrado na universidade de Tóquio e de Orie ter entrado na escola vocacional local, a nossa relação continuou. Nas noites de sexta-feira passei a tomar o expresso às 21h e ir à minha cidade natal, então, depois de passar dois dias junto com Orie, nas tardes de domingo eu voltava com o trem de alta-velocidade o qual partia às 17.22 continuando minha vida desta forma.

‘Eu não gosto de Tóquio. É apertada e fedorenta, ela não me serve.’ Sob deste pretexto, Orie não veio, nenhuma vez sequer, visitar o lugar onde eu vivia sozinho.

Enquanto pensava nessas coisas, eu fitava no quadro exposto na minha escrivaninha do PC, uma foto de nós dois juntos embaixo da árvore de cerejeira no parque onde sempre costumávamos ir nos encontrar, quando repentinamente o telefone celular no meu bolso começou a tocar. Quando vi o número no display, tive a impressão ele desapareceria no segundo seguinte – era o número “Aihara Orie”. Apertei o botão de resposta com rapidez e quando pus o telefone na minha orelha ouvi a voz de Orie: ‘Olá, sou eu. Você pode falar?’

'Sim', respondi vagamente. Então Orie disse no seu tom habitual: ‘não estamos namorando mais no entanto... Poderíamos, por favor, ver um a outro pelo menos uma vez por ano no meu aniversário? Naquele parque, você sabe...’

Eu esperava agora na linha dela: ‘O que eu disse hoje, você realmente levou a sério? Aquilo foi uma pegadinha, uma mentira, hoje é primeiro de abril, não é? Você sempre leva tudo tão a sério.’

Contudo, com essas palavras repentinas, desânimo e raiva misturaram-se dentro de mim, dando à luz a uma sensação ímpar, portanto eu suspirei e disse fracamente: ‘O que há? Não estamos mais juntos, assim não há nenhuma razão em ver um ao outro mais, certo?’

‘Bem, não seria adorável nos vermos uma vez por ano, como a Princesa Tecelã e o Pastor na história de Tanabata? No fim, sou Orie e você é Fumihiko*...’

Suspirei mais uma vez: ‘Ah, me dê um tempo! Você está dizendo coisas sem sentido como sempre e continua brincando com os sentimentos dos outros!’ Eu realmente quis que isso soasse irritado, mas terminou parecendo com fadiga emocional, dquelas quando você só consegue dizer “Que seja… Faça o que você quiser, eu não me importo ...”

'Muito bem', ela disse. ‘Então, no próximo ano no mesmo dia, no mesmo lugar, okay?’ Depois de dizer, ela desligou. Eu escutava agora o tom vazio, então, fitando esgotado o celular, suspirei mais uma vez.

No primeiro mês depois que rompemos, eu quis chamar Orie muitas vezes mas tendo sido rejeitado por ela não tive a coragem para chamá-la agora; tudo o que eu fazia era olhar o céu pensando só no verdadeiro significado das suas palavras. Contudo, enquanto saia com os meus amigos da universidade, enterrei as memórias sobre o que Orie tinha dito bem como tudo sobre Orie, como belas memórias em uma esquina oculta da minha mente; mas cada vez que abria a memória de ligações do celular, ainda havia o nome “Aihara Orie” registrado lá em vermelho... de uma maneira ou de outra, aqueles momentos foram tão dolorosos...

Durante o tempo em que estive no segundo ano, enquanto eu passava o meu tempo na Internet como sempre, o telefone tocou e as letras que formavam o nome “ Aihara Orie” flutuavam no display de cristal líquido. Pus o telefone na minha orelha e: “Sou eu. Você pode falar? “ disse na chamada. A voz que eu sentia tanta falta, mas que ainda lembrava, era a de Orie.

‘Você está fazendo tudo certinho? Como as coisas estão indo na universidade? Você não está gazeando aulas e somente se divertindo, não é? Você deve estudar apropriadamente, você sabe’, ela falava sem parar dizendo tudo isso em uma só respiração e eu não sabia a qual pergunta responder primeiro, então eu somente disse: 'Sim'.

‘Lembra-se da nossa promessa? Sobre amanhã? Você esqueceu, não foi?’

Com isto, em um ímpeto virei as páginas do meu calendário que tinha dado uma parada desde o Outubro passado. ‘Oh, sim. Certo. Claro que me lembro. Por que estarei chegando amanhã.’ Eu disse. Nisto Orie disse apenas: “okay, então. O verei amanhã’ e desligou o telefone do seu modo habitual. Quando tentei rediscar, só consegui ouvir a mensagem da secretária eletrônica. Portanto eu disse a mim mesmo “Cara, ela realmente não mudou em nada...” Então, enquanto lembrava-me do rosto de Orie, que eu já começava a esquecer, verifiquei o horário das partidas de trem e, sem perceber, eu sorria.

No dia seguinte tentei mais algumas vezes ligar para ela mas, por ter sempre que ouvir, a cada vez que tentava, a voz da secretária eletrônica, quase fiquei desesperado. “Por que não há nenhuma conexão? Talvez ela tenha desligado. Eu vou tentar perguntá-la quando nos encontrarmos.” Não tínhamos combinado o horário do nosso encontro, assim, usando apenas a roupa que na ocasião vestia, tomei o trem do meio-dia e no momento em que cheguei na minha cidade natal, fui diretamente ao parque. Não houve nenhuma mudança em particular na cidade que eu não via há quase um ano, mas os estudantes que usavam o uniforme da minha antiga escola que às vezes passavam por mim, de uma maneira ou de outra, me pareciam muito infantis e enquanto estranhamente pensava nesta impressão, continuei andando e cheguei ao parque em aproximadamente 10 minutos.

‘Sempre foi tão perto assim?’ Perguntei-me e sentei-me em um banco perto da cama de areia, quando repentinamente o meu campo de visão ficou completamente escuro.

‘Quem está aí?’

Agarrei as mãos que obstruíam os meus olhos e quando me virei, lá estava o rosto que eu tanto me fazia falta.

Orie sentou-se ao meu lado no banco. ‘Faz um bom tempo. Você tem estado bem?’ ela disse, sorrindo com o rosto inteiro, mas, desde a última vez que eu tinha visto, aquele rosto pareceu muito mais fino.

‘Sim. Estou fazendo tudo certo. Quanto a você, ficou esbelta...’

“Mesmo? Fico tão contente” ela disse, batendo as suas mãos jovialmente, portanto continuei: ‘como você fez isso? Você esteve de dieta ou algo assim? De fato. Você realmente perdeu o peso. Mas fora isto, você não mudou nem um pouco...’ na minha observação, ela inchou as suas bochechas. ‘Por estarmos nos vendo depois de tão longo tempo, o que acha de comermos algo?’ Eu disse levantando-me.

‘Não. Sinto muito, eu o chamei, é porque realmente não tenho tempo. Sinto muito mesmo. Por favor desculpe-me...’

Como ela disse isto, falei: “você está falando sério? Mas por que?... E pensar vim aqui com grandes dores. Quanto tempo você tem de fato? ’Perguntei. ‘Bem, aproximadamente 30 minutos, ela disse vendo o relógio à sua mão esquerda. Baixei os meus ombros em desgosto, mas porque ela pedia desculpa demasiado profundamente, eu disse jocosamente: ‘bem, não podemos fazer nada sobre isso. Então falaremos (sobre velhos tempos) aqui?’

‘Sim!’ ela disse sorrindo novamente.

“Oh, cara... não sou realmente nenhum possível encontro para ela”, eu disse pra mim.

Rememorando os dias que tínhamos passado juntos, rimos durante algum tempo, então voltei à estação de trem, e sendo agitado pelo trem como viajava sozinho, eu olhava a paisagem da minha cidade natal que eu deixei para trás, quando repentinamente me lembrei: ‘ah! Esqueci de perguntar sobre o telefone …’ saí do deck e tentei mais uma vez chamar, mas, como esperado, não houve nenhuma conexão: ‘hm … suspenso novamente’, pensei, portanto retirei da minha bolsa o livro eu tinha começado a ler, e de uma maneira ou de outra, perseguindo os caracteres na página com os meus olhos, realmente me preocupei com Orie e não pude conter um sorriso amargo.

De volta ao meu apartamento, tentei posteriormente inúmeras vezes ligar para ela, mas no fim não consegui. Assim, tendo passado o "Dia do Tolo”, para que eu não esquecesse dele na próxima vez, virei as páginas do novo calendário que eu tinha comprado a caminho e marquei o primeiro de Abril; reajustei a fotografia que sempre ficava de pernas para o ar, pondo-a de pé e enquanto olhava para o quadro de nós dois, antes que me desse conta, adormeci.

Outro ano passou sem qualquer notícia de Orie. O ambiente ao meu redor, era o mesmo de sempre, os meus dias foram comuns mas, quando as árvores de cerejeira começaram a florir, encontrei-me esperando em meu coração por uma nova ligação dela.

(...)


Amanhã tem mais *-*~

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