Essa é de 2002 e conta com o Kagrra, fazendo uma reflexão pessoal sobre o Neo Japanesque.
Quem não entende muito bem a proposta, leia.
Tradução por: Loviisa.
KAGRRA~ REFLEXÃO PRÓPRIA: Neo Japanesque
(15/01/2002)
Freqüentemente vestidos em roupas elemental e tradicionalmente japonesas, suas músicas retratam sons dos tempos antigos em uma combinação com a música moderna. Qualquer um que assistir o Kagrra, certamente notará sua graça e estilo únicos. De qualquer maneira, é bem visível que o Kagrra está redefinindo o padrão de vestimenta, bem como a interpretação que tem sobre os próprios ideais.
[ L: IS Isshi, AK Akiya, SH Shin, NA Nao, IZ Izumi ]
Será que vocês poderiam deixar mais claro para nós o que está por detrás da banda chamada Kagrra?
IS: Nós não somos apenas mais uma banda que se dedica exclusivamente à conservação e valorização dos nossos traços japoneses. O que eu estou tentando dizer é que, além disso, somos uma banda que tenta fazer com que a música tradicional japonesa soe como músicas dos dias modernos. Agora nós estamos nos dedicando totalmente ao nosso estilo “Neo Japanesque”. Isso se aplica ao Kagrra tanto musical como visualmente.
Você poderia nos explicar mais detalhadamente o que é esse “Neo Japanesque”?
IS: Se pegarmos nossas músicas como exemplo, Neo Japanesque é o gênero que música que nós produzimos e tocamos. Isso é o Kagrra. Mesmo que outra banda pegue nossas músicas e toque-as, elas não soaram iguais, não é? E por quê? É porque a nossa música é a nossa música, ou seja, o Neo Japanesque.
Então, como foi que esse conceito e nome em questão surgiram?
NA: É como diz o próprio nome. Neo Japanesque significa a mistura de influências musicais japonesas com algo a mais. Algo como Japão + América. É, seria algo como...
SH: Isso seria muita coisa. (risos)
AK: Isso significa que a parte americana deve ser monstruosa! (risos)
NA: Não. Tudo é absorvido pelo lado japonês. Até a América! (risos)
Ao invés de dizer que as letras de vocês são clássicas, eu diria que elas têm muitas influências do Japão antigo, o que as tornam belas e graciosas. Quando eu li sobre as histórias por detrás das letras, eu me peguei pensando sobre o passado do Japão, mas ela não é só isso. A música é uma mistura esplêndida de várias coisas.
IS: Cada música varia de acordo com o jeito que eu a canto, mas eu nunca estabeleci um padrão de escrita, como por exemplo, “Não, eu preciso fazer com que isso soe mais japonês...”. Eu simplesmente escrevo aquilo que quero, sem forçar minha mente a nada, só tento me manter dedicado às nossas “raízes japonesas”.
AK: Isso não importa, importa? Quer dizer, qualquer coisa que nós produzimos será japonesa. (risos) Não importa o quão nada a ver a música seja, ela continua sendo japonesa. Simplificando, eu sou “Kagrra”! (risos)
Só você? (risos)
AK: Eu quis dizer “nós”... (risos)
(todos riem)
SH: Deixe-me tentar explicar o que o Akiya quis dizer. O Kagrra costumava ser uma banda que não tinha um estilo muito bem definido, hora fazendo músicas mais puxadas para o estilo japonês, hora nem tanto, certo? Foi aí que decidimos criar o nosso próprio estilo, que é o “Neo Japanesque”. Nesse novo estilo, a influência japonesa não é algo que precisamos pensar sobre ou elaborar, e sim algo que simplesmente surge naturalmente. É como se pegássemos o Japão, e dentro do Japão há muitas coisas, e uma pequena parte dessas coisas é o Neo Japanesque, sendo o Kagrra uma parte disso também.
AK: Exatamente o que eu estava tentando dizer agora há pouco! (risos)
SH: Isso aí, falando sozinho de novo. (risos)
Izumi, me parece que você está cada vez mais concentrado. No seu desempenho na bateria, eu digo.
SH: ...É, e dentro de si mesmo também. (risos)
IZ: (risos) Isso não tem nada a ver com o ritmo... Mas com o fato de que eu apenas estou viajando nessa história de estilo japonês.
(todos riem)
AK: Bem, isso não é bom? (risos)
IZ: [Em relação ao estilo] eu creio que isso seja verdade, sim. Mas, quando nós cinco nos unimos e fazemos a nossa música, no fim nós somos simplesmente o Kagrra.
Por que vocês escolheram arriscar esse estilo musical logo de primeira?
IS: Naquele tempo, quando nós nos formamos em 1998, não existia nenhum banda que tocasse algo parecido com isso, portanto eu achei que seria uma boa idéia introduzir um novo estilo dentro do cenário musical.
AK: Naquele tempo, o “Ra-zoku” estava no seu auge.
Ahn? O que é “Ra-zoku”??
SH: Bandas que têm seu nome iniciado com a sílaba “RA” foneticamente, mas escritas como “LA“ na forma ocidental.
AK: Foi nessa época que praticamente todos olhavam para os cartazes de shows e falavam “Droga, eu não consigo ler o nome disso!”
Tsc, eu pensei que você queria dizer “Razoku” (裸族), como nas tribos de nudez.
(todos riem)
SH: É, esse foi um período no qual toda nova banda que fazia sua estréia era chamada “La-“ alguma coisa. (risos)
Agora, pensando nisso, eu creio que vocês estejam certos. Eu me lembro desse tempo...
IS: Éé, toda banda nessa época era “pró Europa”.
IZ: E asas, todo mundo tinha asas no palco. Também foi o tempo das “danças das asas”. (risos)
AK: Não se esqueça das caras manchadas de sangue. (risos)
IS: (risos) Então, aí nós quisemos fazer algo diferente. E, por pura sorte, nenhum de nós queria algo ocidentalizado. Além do mais, nós somos japoneses, então é perfeitamente compreensível que nós sejamos mais sabidos em relação à cultura japonesa. A partir do fato de que ninguém mais queria começar uma banda que era baseada em suas próprias tradições, nós decidimos ir atrás disso. Mas eu devo admitir que nenhum de nós estivesse muito otimista em relação a idéia toda. (risos)
(Todos riem)
IS: Por mais que isso não parecesse a idéia mais promissora na época, nós fomos atrás dela e a realizamos.
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