quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Kagrra, fala sobre "Sakura" - 30/12/2001

Hoje trago mais uma entrevista traduzida pela Loviisa.
Essa entrevista é de 2001 e tem como foco o mini-álbum que estava sendo lançado na época, o "Sakura".

É mais uma entrevista muito interessante de se ler porque dá para conhecer um pouco mais sobre a banda e principalmente sobre as composições deste álbum.
Continuem lendo! Beijos.

Marcado para ser lançado dia 03/03/2001, [Sakura] incluirá quatro músicas das quais todas estarão relacionadas com a flor “Sakura”.

[ Legenda:
IS - Isshi, A - Akiya, SH - Shin, NA - Nao, IZ - Izumi]

Mais uma vez nós temos a presença de temas tradicionais nas músicas do Kagrra. Vocês poderiam nos dizer qual foi a sensação durante a produção desse mini álbum?


IS: Bem, com vocês já sabem, o título do nosso álbum é “Sakura” e a primeira faixa também é nomeada “Sakura”. São quatro faixas ao todo e todas elas estão relacionadas com a flor em questão. “Por que sakuras?” você pode se perguntar. É simplesmente porque é primavera de novo. (risos)

Tanto a data de lançamento do álbum como o dia da mudança de estação  no Japão têm a ver com a flor Sakura, então há um senso étnico nisso.


IS: A primeira música “Sakura” foi escrita e composta por mim. Ela tem um toque antigo e convencional na composição, mas ela é surpreendentemente máscula!

Isso é peculiar. Suas letras normalmente giram em torno de lendas do passado e têm toques femininos.

IS: Exatamente. Mas agora você percebe que o enredo tem a ver com um amante desesperançoso que por acaso é um homem. A história por trás das letras é tida como o desejo intenso de encontrar aquele amor novamente. (risos)

Entendo. E sobre a segunda faixa, “Aoi no Souretsu”? A música começa com uma melodia mais “dark” e não se parece muito com nenhuma outra música do Kagrra que eu já tenha ouvido. Portanto, eu me pergunto se eu realmente estava ouvindo Kagrra.


NA: Sim, é um novo estilo do Kagrra. Essa música, em particular, foi feita de uma colaboração minha junto do Izumi. 

Essa foi uma primeira tentativa, certo?

NA: Yep. Eu estava dedilhando no meu baixo em casa e alguns acordes musicais surgiram na minha cabeça. Foi aí que eu me encontrei com o Izumi e começamos a criar a música prazerosamente com um humor sórdido e repulsivo em cima “daquele” acorde que eu tinha criado.

Prazerosamente com um humor repulsivo?


SH: Ahahahah... Ei Nao, quando você diz “daquele”, você se referiu ao Doraemon, não é?

Ahn? Doraemon?

AK: É, é. Você vê, no começo, apesar do fato de que eles escreveram a música com todo o coração, quando nós (o resto da banda) a ouvimos, achamos que era muito parecida com o tema de Doraemon. Sabe, a parte que o Doraemon cruza a tela correndo. (risos) A primeira fez que eu ouvi essa música, creio que muitos símbolos de interrogação (“?”) devem ter aparecido acima da minha cabeça. (risos)

SH: Ééé. Eu pensava “o que é que essa composição vai virar?”, mas acima de tudo, o que mais me chocou foi o fato de que eles realmente a transformaram em uma música. (risos)

NA: (risos) Mas, pense no que o Izumi disse antes, “Vamos fazer uma música intensa e pesada!”. Viu, foi por isso que eu disse que nós fizemos essa música em um agradável clima de repulsão.

IZ: (risos) Do ponto de vista do baterista, o baixo sempre se inicia antes da bateria, mas dessa vez quisemos tentar colocar a bateria começando antes do baixo. Portanto, isso é uma nova técnica que nós nunca havíamos usado na composição de nossas músicas. Foi totalmente experimental, e dessa forma nós nos perdemos e nos confundimos várias vezes depois a respeito do próximo passo a dar em relação a essa música. Mas aí, quando achávamos uma resposta ou um caminho, “Mas que droga, nós nunca soubemos disso, disso e daquilo...” Então esse episódio foi bom porque eu fui capaz de descobrir novas coisas em mim.

AK: Sincronizar o som das guitarras foi complicado, também. Isso porque dessa vez nós tivemos que adicionar a melodia ao ritmo. Normalmente, uma música é feita do jeito oposto, primeiro criamos a melodia e então adicionamos os ritmos que mais bem se encaixam. Olhando pelo ponto de vista do tom* é correto dizer que nós poderíamos simplesmente utilizar qualquer tom, qualquer afinação, que a música poderia ser feita. Por conta dessas várias opções que nós acabamos um pouco perdidos.

IS: Do ponto de vista do letrista, essa letra foi a que teve o processo de criação mais difícil pelo qual eu já devo ter passado... Ela foi toda escrita em linguagem arcaica, portanto as expressões são muito complexas. Por conta disso, deixem-me explica-las para vocês. (Risos) Era uma vez uma jovem menininha que saiu de sua casa durante uma noite de neve. Conforme ela ia subindo em direção ao céu, ela começou a ver várias luzes piscando. A menininha, que estava fascinada, acabou hipnotizada pela beleza das luzes chegando a toca-las sem intenção. Mesmo que desconhecido por ela, a luz não era somente uma luz, mas sim um espírito: O “Hitodama”. Como resultado desse contato, ela se juntou ao Hitodama, ambos se tornando apenas um.

Aah, entendo. E sobre “Yousai”? Pelo título, eu sinto como se fosse algo que lembrasse festivais, coisas do gênero.


SH: Chonko chonko pi~!

Ahahahah... O que é isso?

SH: É esse sentimento. (risos) Eu fiz essa música com essa sensação, mas eu não saberia descrevê-la. Eu creio que seja algo que faz com que você se sinta melhor, ela tem esse efeito animador.

O ritmo realmente passa essa sensação brilhante e animadora. Ela é mesmo muito boa. Mas também passa a impressão de que é uma música complexa de se tocar ao vivo.


AK: É, é um pouco complicada de tocá-la ao vivo mesmo. Mesmo durante as gravações, minha guitarra e o baixo do Nao pareciam não se encaixar na música de jeito nenhum.

SH: Foi complicado, não é? (risos) O conceito da música é, na verdade, um pouco estranho. Eu fiz essa música com a idéia de tocá-la de uma maneira que não é exatamente possível para mim. Assim como abandonar a escola.

Entendo. É assim mesmo que parece ser.


SH: Ela era pra ser desse jeito, primeiramente. Mas, já no processo final de criação, minha composição se tornou mais parecido com algo “festivo”. (risos)

AK: Ei, isso não pode ser bom. (risos)

IS: Mas é bem isso. Foi pior na hora de dar um título a música. Ela estava simplesmente pronta e nós precisávamos nomeá-la naquele mesmo dia. Mas, na sessão de gravação daquele dia, eu estava mesmo na minha pior condição, então resolvi tirar um cochilo. Foi aí que o Izumi veio até mim e começou com um “Isshi, Isshi, como a música se chamará?”. Eu, como ainda estava meio sonolento e totalmente em outro mundo, disse simplismente “Nomeie-a de “Yousai” logo de uma vez”. (risos)

IZ: Eu fiquei na dúvida. O Isshi me disse o nome enquanto ele definitivamente não estava em sã consciência. Eu não sabia o que fazer, Estando o nome bom ou não. Mas eu achei que ela se encaixava bem na composição do Shin, então anunciei ela assim mesmo aos produtores. (risos)

IS: Então, com esse título, eu escrevi a letra. Mas, de vez em quando, eu parava pra pensar de onde infernos eu tinha tirado o nome dessa música enquanto eu ainda estava meio dormindo. (risos)

Essa deve ter sido a música mais complicada para você, não foi Isshi? Os acordes são muito altos, mas e sobre as vozes do refrão?


IS: É a minha voz no refrão. Mas eu posso dizer que estamos agora praticando os vocais para a futura performance do refrão ao vivo. Eu concluí que temos todos que dar o melhor que pudermos.

SH: Eu me pergunto que fará a melodia A e quem fará a melodia B. Seria interessante discutir isso. Bem, bem, nós vamos trabalhar duro nisso para o prestígio dos fãs.

“Sarasouju no Komori Uta” me soa mais como uma balada.

IS: Yep, é uma balada. Todos irão morrer, independentemente de quando, onde ou o por quê de ter nascido. Não importa o jeito que você protege o que possui aqui na terra, nós todos vamos morrer no final. Eu também acredito que todos queiram morrer na paz e na serenidade, certo? Eu concluí que eu também quero morrer serenamente, enquanto escuto uma música como essa.

Então vocês querem expressar essa idéia...


AK: Sim. Dessa vez, diferente das músicas antigas, nós tentamos dar mais destaque a todos os aspectos da música, por menores que fossem, e não somente o vocal. Nós tentamos dar mais vida às guitarras.

NA: Eu também fui capaz de dar mais de mim na hora de tocar baixo.

Agora pouco, vocês comentaram que tanto a guitarra do Akiya como o baixo do Nao não pareciam se encaixar bem com a música.


SH: Dessa vez nós não tivemos tempo o suficiente e, por isso, não tivemos a possibilidade de fazer uma pré-produção. Eu diria que a culpa foi disso. (risos)

IZ:  Para mim, nós pegamos o jeito dessa música logo de primeira. Foi uma gravação tranqüila.

IS: Éé, todas as quatro músicas foram feitas com confiança. Além disso, cada uma delas possui a essência da personalidade de seu compositor.

Isso, agora que você diz, é bem isso. Esse mini-álbum tem mesmo uma grande variedade musical. Então, poderiam nos contar o que vocês fizeram após o final da gravação do álbum?


AK : Nós fomos ao lago Yamanaka para um treinamento de campo. Quando nós chegamos lá, do nada o Izumi disse “Vamos tirar a roupa!”

Ahn, e pra quê...?


 IZ : Estava nevando, então eu, o Akiya e o Nao fomos em direção a neve e nos jogamos nela. Só por relembrar os velhos tempos...

NA: E nós fizemos isso nus! (risos) 

O que mais vocês fizeram? Batsu game? *[batsu game : um jogo ou tipo de “punição” que testa a capacidade e a competência de alguém em relação a qualquer coisa, por mais bizarra que seja. Isso normalmente resulta na pessoa realizando coisas estranhas e absurdas]

AK: Bem, Lá tinha um lugar onde nós podíamos jogar sinuca. Foi o time Izumi & Isshi contra o time Akiya & Nao. Lógico que nós perdemos, e feio.

Ahn, qual o motivo de três de vocês terem se jogado na neve?


IZ: Foi apenas o impulso do momento. (risos)


AK: Eu nunca tinha visto tanta neve em toda minha vida, portanto eu fiquei absurdamente feliz. (risos)


NA: Eu e o Izumi é uma coisa normal para mim e para o Izumi, já que nascemos e crescemos em Hokkaido. Mas de alguma forma, só de olhar para a neve, nós ficamos muito alegres, tiramos nossas roupas e pulamos na neve. (risos)

AK : E não foi só uma vez, fizemos isso de novo e de novo. Depois de já estarmos congelando, nós entrávamos no banho quente: “Ahh, isso é tão refrescante!”. Não passava muito tempo e nós já saíamos e pulávamos na neve de novo! (risos)

Isso definitivamente não é um “batsu game”! (risos) E o Isshi e o Shin, vocês não se juntaram a eles?


IS: Eu estava lá, mas tinha pegado um resfriado chato, então não pude imitá-los. Além do mais, se eu o fizesse, provavelmente não estaria aqui hoje. (risos)

SH: Eu não estava com eles. Eu fiquei no estúdio fazendo os ajustes finais para o álbum.

O “Kagrra 2001 One Man” terá início nesse 3º de Março. Alguma mensagem para os fãs?

AK: Nós mostraremos tudo o que o Kagrra tem agora. Creio que iremos chocá-los com o nosso som e com o nosso visual também!

 IZ: De qualquer maneira, nós queremos fazer isso com muita diversão. Queremos expressar toda a nossa música nesse período.

NA: Éé, nós daremos o nosso melhor dessa vez, com toda a nossa força. Se você não comparecer, vai se ver comigo! Tente ir... (risos)

SH: Em nossos shows passados, havia muitos imprevistos e cortes nas nossas músicas. Mas, dessa vez, nós esperamos estar preparados para nos apresentarmos para vocês com toda a essência de nossa música. E não será só isso, nós vamos fazer um show pra vocês com todo o nosso coração. Divirtam-se!!

IS: Nós vamos realizar para vocês o melhor show do Kagrra já visto, neste março. Aqueles que se sentirem iluminados por esse fato, por favor compareça e se junte a nós. Para mim, a felicidade de todos tem um grande significado para mim. Então, por favor, divirtam-se!!

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